ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

As domingueiras lá de casa


         Estou em Teresina, na casa do meu filho. Domingo passado, como é o costume moderno, fomos almoçar num restaurante da moda. Já passava das 13 horas. Casa lotada, tivemos que nos submeter a uma extensa fila de espera.  Achoque todo o mundo de Teresina tivera a mesma ideia.

         Aí lembrei-me do meu tempo de menino, em Recife. Lá, na casa dos meus pais, todos os domingos eram de festa. Logo de manhãzinha Rita sacrificava uma ou duas galinhas, dependendo do número de pessoas que iriam almoçar. Se eram duas as galinhas, uma delas era à cabidela, que minha mãe fazia ao capricho.

         Quanto aos comes e bebes, como não possuíamos ainda refrigerador minha mãe providenciava suco de frutas para as crianças e meu pai providenciava vinho quinado ou vermute para os adultos. Ao almoço, vinho barato para os adultos e sangria para os pequenos.

         Na minha idade, entendia muito pouco da conversa dos adultos, mas guardo na lembrança até hoje aqueles momentos de felicidade incontida. A “sessão” encerrava-se por volta das 15 horas, já que meu pai iria “giboiar” na sua indefectível rede de dormir. Algumas poucas vezes minha mãe se animava a tomar umas duas doses de “meladinha”, que a deixava a sorrir e após o almoço dormir um gostoso sono.

         Era assim, naqueles idos, nossa forma de sermos felizes. Nada de fila de esperas...