Estou em Teresina, na casa do meu filho. Domingo passado,
como é o costume moderno, fomos almoçar num restaurante da moda. Já passava das
13 horas. Casa lotada, tivemos que nos submeter a uma extensa fila de
espera. Achoque todo o mundo de Teresina
tivera a mesma ideia.
Aí lembrei-me do meu tempo de menino, em Recife. Lá, na casa
dos meus pais, todos os domingos eram de festa. Logo de manhãzinha Rita
sacrificava uma ou duas galinhas, dependendo do número de pessoas que iriam
almoçar. Se eram duas as galinhas, uma delas era à cabidela, que minha mãe
fazia ao capricho.
Quanto aos comes e bebes, como não possuíamos ainda
refrigerador minha mãe providenciava suco de frutas para as crianças e meu pai
providenciava vinho quinado ou vermute para os adultos. Ao almoço, vinho barato
para os adultos e sangria para os pequenos.
Na minha idade, entendia muito pouco da conversa dos
adultos, mas guardo na lembrança até hoje aqueles momentos de felicidade
incontida. A “sessão” encerrava-se por volta das 15 horas, já que meu pai iria “giboiar”
na sua indefectível rede de dormir. Algumas poucas vezes minha mãe se animava a
tomar umas duas doses de “meladinha”, que a deixava a sorrir e após o almoço
dormir um gostoso sono.
Era assim, naqueles idos, nossa forma de sermos felizes. Nada
de fila de esperas...