ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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sábado, 30 de julho de 2011

Amigos da mesma laia

Acho que amizade sincera só pode dar certo quando os amigos são, como se diz no vulgo, da mesma laia.


Se não possuem interesses e valores em comum não são amigos. Aliás, nem os mesmos gostos. Isso não significa que um seja melhor ou pior do que o outro, apenas são diferentes e tem o seu modo de ser que é singular em relação aos interesses ou gostos pessoais.

Muita gente se gaba de possuir um milhão de amigos. Acho que quem tem um milhão de amigos não tem nenhum. Amigos mesmo, contam-se nos dedos da mão. E mesmo assim, é difícil tê-los dez. Outra coisa: fazer amizade é fácil, difícil é conservá-las!

Muitos confundem amizade com coleguismo, com parceiros de jogo ou de bar, ou de boemia. Ledo engano. São amizades passageiras, pois a verdadeira amizade tem que ter a duração da eternidade.

Existe a possibilidade de amigos não pertencerem à mesma classe social, ou as mesmas afinidades. Mas isso é coisa rara. Do contrário, os irmãos de sangue seriam necessariamente amigos entre si.

Todavia, não se busque investir numa amizade apenas por alguém pertencer à mesma classe social . O fundamental de uma amizade sincera é que não seja baseada em interesses menores ou em coisas materiais. Pode-se ter bons relacionamentos comerciais ou profissionais sem que o relacionamento se baseie numa amizade e sim, apenas, nos interesses comuns.

Outro detalhe infelizmente importante: o fato de você dedicar sinceramente uma amizade a determinada pessoa não significa que haja por parte dela uma reciprocidade. E você não tem que se magoar com isso, pois o fato de você amar alguém não significa que terá que ser correspondido. Limite-se pois a amar sem ser amado.

Finalmente, se você quer saber que é realmente amigo de outra pessoa, basta que pergunte a você mesmo: seria eu capaz de dar a vida por Fulano (ou Fulana)?

Se sua consciência responder a isso afirmativamente, então considere-se amigo verdadeiro. Caso contrário, desista, pois vocês não são da mesma laia.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O biombo - Será?

Recebi pela internet (Bené Chaves) um interessante texto (O Biombo) do grande ator e escritor Carlos Verezza, a quem muito admiro pelo profissionalismo e autenticidade.

Contudo, prefiro discordar, quando ele diz que enganou-se quando acreditou que a presidentA Dilma esboçasse uma maior independência em relação à triste figura (sic).

Segundo o mesmo, Dilma não passa de um terceiro mandato de Lula, com todos os poderes cooptados. E cita como exemplo o parecer do procurador geral Roberto Gurgel, inocentando o grande Palocci etc. etc.

Prefiro discordar e prefiro acreditar que Dilma, apesar dos naturais compromissos que realmente possa haver firmado com o ex, tem personalidade bastante para discordar, pelo menos no essencial, aos rumos que Lula daria a certos entraves administrativos especialmente os mais diretamente ligados à corrupção. Afinal, praticamente de uma única lingada ela demitiu 16 suspeitos (porque ainda não julgados pela Justiça) ladrões do Ministério dos Transportes. Acho recado bastante para o resto da quadrilha que há anos vem sangrando as economias do povo brasileiro.

Aliás, é bom lembrar que nunca antes nesse país se viu tanta firmeza numa canetada só.

E, diga-se de passagem, Dilma ainda está no início da caminhada do seu mandato. Agora, pretender que ela de pronto rompesse com o chefe que a fez chegar ao Poder, aí era querer demais.

Acho melhor, por todos os títulos, discordarmos um pouco do Verezza e dar um crédito, embora que com as devidas reservas, à presidente que mal completou o primeiro semestre de um governo de quatro anos.

E se ela continuar assim, claro que findará tendo que “trair” o chefe em prol do povo brasileiro. Plaza aos céus.

sábado, 23 de julho de 2011

O biombo - Será?

Recebi pela internet (Bené Chaves) um interessante texto (O Biombo) do grande ator e escritor Carlos Verezza, a quem muito admiro pelo profissionalismo e autenticidade.


Contudo, prefiro discordar quando ele diz que se enganou quando acreditou que a presidentA (sic) Dilma esboçasse uma maior independência em relação à triste figura.

Segundo o mesmo Dilma não passa de um terceiro mandato de Lula, com todos os poderes cooptados. E cita como exemplo o parecer do Procurador Geral Roberto Gurgel, inocentando o grande Palocci, dentre outras coisas.

Prefiro discordar e prefiro acreditar que Dilma, apesar dos naturais compromissos que realmente possa haver firmado com o ex, tem personalidade bastante para discordar pelo menos no essencial, aos rumos que Lula daria a certos entraves administrativos especialmente os mais diretamente ligados à corrupção. Afinal, praticamente de uma única canetada ela demitiu quase vinte suspeitos (ainda não julgados pela Justiça), ladrões do Ministério dos Transportes. Acho recado bastante necessário para o resto da quadrilha que há anos vem sangrando as economias do povo brasileiro.

Aliás, é bom lembrar que nunca antes nesse país se viu tanta firmeza numa canetada só.

E, diga-se de passagem, Dilma ainda está no início da caminhada do seu mandato. Agora, pretender que ela de pronto rompesse com o chefe que a fez chegar ao Poder, aí era querer demais.

Acho melhor, por todos os títulos, discordarmos um pouco do Verezza e dar um crédito, embora que com as devidas reservas, à Presidente que mal completou o primeiro semestre de um governo de quatro anos.

E se ela continuar assim, claro que findará tendo que “trair” o chefe em prol do povo brasileiro. Plaza aos céus!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O país dos extremos

O pais dos extrremos

Na minha opinião somos o país dos extremos. Exemplos vários.

Comecemos pela proibição do trabalho infantil. Recentemente foi descoberto um autêntico trabalho escravo no Estado do Piauí. Como de resto existem vários pelo Brasil a fora que retiram as crianças de viverem potencialmente a infância e os seus direitos sociais, como o acesso à educação de qualidade.

Outrossim, é meritória a campanha que tenta a todo custo livrar nosso país da prostituição infantil, tanto ao longo das rodovias como nos nossos grandes centros urbanos. Porém, no duro, ninguém consegue acabar com os flanelinhas, desocupados e fumadores de crack. Estou me referindo às crianças na rua.

De há muito penso sobre o fenômeno e me atrevo a dar uma opinião. É muito fácil (ou menos problemático) localizar o trabalho escravo ou mesmo promover blitz espetaculosas. Via de regra previamente acompanhadas pelos chamados “furos” jornalísticos. Mas... o que fazer com as crianças desocupadas e que continuam fora da escola? Bem, aí vem a parte difícil e complexa. Muito fácil aplicar os rigores da lei e as fiscalizações espetaculosas. O que é mais difícil (o lado propriamente social), aí, deixa-se para depois...

Outra balela: o Brasil sem fome. Ou seja, aplica-se o dinheiro do contribuinte no falacioso fome zero, mas nada de se ensinar o povo a produzir, simultaneamente. A educação continua sendo criminosamente descuidada, pois um povo educado desenvolveria com mais eficiência seu senso crítico, o que vale dizer, melhor conscientização na hora da escolha dos governantes. Ou seja, povo de barriga aparentemente cheia é povo aparentemente feliz, para alegria de maus políticos.

Não tenho autoridade técnica para falar de estatísticas. Mas tenho pra mim que nossa Nação gasta muito mais com segurança do que com educação. Os resultados começam a florescer e vai dar trabalho para inverter a estatística. Hoje em dia pagamos à polícia, em geral, bem melhor do que aos nossos professores. Não que os policiais não mereçam. Mas os resultados do seu trabalho são imediatistas. A polícia prende, a Justiça solta e a bandidagem continua a florescer, ao passo que professores mal pagos e mal formados vão se marginalizando ou migrando para profissões que lhe asseguram uma qualidade de vida mais digna. Antigamente, ser professor no Brasil era uma honra e dava status. Hoje em dia, dá pena. Afinal, investir em educação é o mesmo que investir em saneamento. Trabalho de custo elevado e de resultados de futuro relativamente longínquo em relação às próximas eleições. Bem mais produtivo as obras de fachada.

Só para exemplificar: quantas escolas poderiam ser construídas com o dinheiro gasto nessa tal arena das dunas que demoliu nosso poema de concreto?

Acho que hoje amanheci de mal humor.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Promover para remover?

Há muitos anos trabalhei numa instituição que quando desejava se livrar de algum membro de certa importância que estava criando alguma dificuldade local, mas que não podia demiti-lo utilizava uma estratégia: a promoção do “servidor”.


- Parabéns, fulano, você foi promovido para (se estava no Rio Grande do Sul era deslocado para Amazonas, por exemplo, ou mesmo para algum país distante da Ásia). Você foi promovido a diretor (e lá surgia um cargo de certa importância). Contanto que a comunidade local pudesse se ver livre do “incômodo”, nem que fosse por algum tempo.

Havia até festa de despedida. No fundo, os altos escalões bem sabiam do que se tratava.

A presidentA Dilma é sucessora do presidente Lula. Legítima cria da política dele, em nível nacional. Mas embora continue adotando as grandes metas do governo anterior, ela tem revelado com uma relativa autonomia. Sabe-se das dificuldades que tem sentido em não criar embaraços para seu antecessor e no varejo bem que tem atendido aos seus apelos.

Mas de repente Dilma externa um elogio desabrido e justo a alguns feitos do ex-presidente Fernando Henrique. Se tal fato tivesse ocorrido por causa do falecimento dele, poderia ser interpretado como um elogio protocolar, mero exercício de diplomacia política. Mas não, Fernando está vivo e bulindo, como se diz no popular. Compreendo como sendo o reconhecimento de uma base deixada para que políticas sociais pudessem ter continuidade... políticas de ESTADO e não de GOVERNO.

Sei não, mas tenho pra mim que Lula não gostou da atitude de Dilma. Afinal, sempre que pode, ele faz críticas negativas ao governo anterior, pois, como sempre proclama... “nunca dantes, na história desse país....”

Portanto, nossa presidentA está adquirindo cada vez mais luz própria, no que alias, faz muito bem.

Quanto a Lula, acaba de ser nomeado para um alto cargo na África...

Semana memorável. Morre Itamar Franco, que em apenas dois anos de mandato devolveu a auto-estima do brasileiro com o sucesso do plano Real.

Semana significativa. A presidentA Dilma, pessoalmente, demite quatro figurões do Ministério dos Transportes, inclusive o famoso Pagot, tão denunciado pelo senador Mário Couto, do Pará, desde o início do segundo governo Lula. Parabéns presidentA.