ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

jsc-2@uol.com.br


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Pixaram Drummond


Um casal, provavelmente de namorados, foi fotografado pixando a estátua de Drummond.

Se vivo fosse, nosso poeta possivelmente faria uma ode ao casal. Talvez até agradecendo o gesto, pois assim são os grandes poetas. Verdadeiros alquimistas, transformam bosta em estrume, que fazem as flores se tornaram mais belas e viçosas.

Por falar em bosta, tanta merda solta nesse país sem futuro, foram logo pixar Drummon, que não tem nada com o que está acontecendo entre nós. Ali, sentadinho, pernas cruzadas, pensativo, não mexe com ninguém.

Pois é, poeta, agora, não é mais uma pedra que existe no seu caminho, é simplesmente um casal de ignorantes que bem retratam o que está acontecendo no nosso país.

Não mais posso formular-lhe votos de feliz natal, mas você merece muito mais. Votos de feliz eternidade!

sábado, 14 de dezembro de 2013

Kristal e Marina


 

         Não é a primeira vez que elogio o talento e a beleza de Marina, mas é a primeira vez que falo sobre Kristal.

         Não é de hoje que admiro Kristal. Mulher do povo e que canta para o povo, olho no olho, sem frescura, tocando pandeiro e divulgando como ninguém nosso coco de roda.

         Contudo, como Marina, Kristal tem um grande defeito, nasceu e teima em continua vivendo no Nordeste. E o que é pior, no Rio Grande desvalido do Norte.

         Marina dá um show quando interpreta as composições do avô e grande parceiro de Luiz Gonzagão, o grande Zé Dantas. Porém Zé Dantas só fez sucesso graças a Gonzagão que de gibão e alpercata se mandou de Exú e foi enfrentar, cara a cara, os cariocas. Coragem ou necessidade, não sei, o certo é que se Gonzagão tivesse ficado cantando por aqui, nas feiras do Nordeste, não tinha passado de dez mil réis.

         O mesmo, aliás, diga-se de Sivuca.

         Esse negócio de participar de um outro programa no Sul-Sudeste de pouco adianta, mesmo porque a manipulação salta aos olhos.

         Sabe como eles nos chamam por lá? Paraiba, simplesmente paraiba.

         Por que os novos bahianos fizeram sucesso? Por que saíram da Bahia e foram desfilar na avenida São Joao.

         Pois é Kristal, eu soube que até a música que você cantou na ultima apresentação não foi escolhida por você, mas lhe foi imposta pelos ‘entendidos’ de lá. Uma pena. Mas não se amofine, você tem valor, tem talento e tem um homem ao seu lado que acredita em você. Ainda que por acaso você não volte a brilhar como merece, a nível nacional, você é um cristal que pode até trincar, mas não se quebra.

         Parabéns sempre. Às duas.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Balaio de gatos ou farinhas do mesmo saco?


                Quando eu era menino ouvia muito as expressões: farinha do mesmo saco, e balaio de gatos.

                Passei anos pensando se tratar de locuções parecidas. Depois entendi perfeitamente a diferença. Farinha do mesmo saco é farinha igual, seja de primeira ou de segunda qualidade. Já balaio de gatos pode compreender no seu conteúdo gatos de raça ou gatos assemelhados aos cães vira-latas. Portanto, gatos aceitáveis e gatos nem tanto.

         Viajando em companhia da presidenta Dilma, amanhã, os ex-presidentes Fernando Henrique, Fernando Collor e Lula da Silva. Tudo no mesmo avião e tomando do mesmo whisky. Rumo às homenagens ao grande Mandela.

         Lá se vão farinhas do mesmo saco ou é um balaio de gatos?

 

 

 

domingo, 1 de dezembro de 2013

A aprovação dos petistas honestos


         Quase noventa por cento dos petistas aprovaram, através de confiáveis pesquisas de opinião a atuação do ministro Joaquim Barbosa em relação ao processo dos chamados mensaleiros.

         Considerando que o Partido dos Trabalhadores não surgiu artificialmente, como a maioria dos partidos, mas tem origem e legitimação na massa da classe operária, não é de se estranhar.

         O operariado em geral, em qualquer país, é constituído de pessoas pobres, mas que fazem do trabalho seu meio de vida. São pessoas em princípio honestas, simples e de bons propósitos.

         Daí, não se deve confundir os petistas em geral com o PT oficial. Este, sim, sofisticou-se e pretendeu se eternizar no poder, daí o projeto corruto de Zé Dirceu et caterva.

         Nenhum petista de boa índole, do bem (não confundir com  os de bens) discordarão por certo da atuação do ministro Joaquim, ainda mais que ele mesmo teve suas origens na classe operária.

         Afinal, esses quase noventa por cento das pesquisas honram, sim, o PT original e repudiam a corrupção, como soe acontecer com a imensa maioria do povo brasileiro.

        

sábado, 23 de novembro de 2013

Genuino,,coitadinho


         O problema – graças a Deus – não era um prenúncio de infarto. Era pressão alta, como aliás é meu caso, mesmo fora da prisão. Com um remedinho, a pressão baixa.

         A mídia em geral preocupou-se com o estado de saúde do herói. Afinal, não é todo dia que um mensaleiro tem sua saúde afetada. Porém o rebate era falso. Dizem que foi apenas um pretexto, mais uma manobra causídica para ver se cola Genuino pagar a pena no recôndito do seu lar. Mesmo porque ficaria perto da família, dos filhos e dos netinhos. Essas coisas humanitárias.

         Já o Zé, com sua mania de limpeza, quer botar todo mundo da cadeia para fazer limpeza. Não sei se há por lá algum cofre. Como também não sei se limpeza é o mesmo que lavagem.

         E por falar em lavagem, a famosa transposição do são Francisco anda devagar, quase parando. Rachaduras no concreto, meia-sola em tudo quanto é buraco etc.

         Pra completar, enviaram-me um e-mail segundo qual o César da novela estaria prestes a cometer o suicídio, pois segundo os boatos, descobriu que bem poderia ser o pai de influente política.

         Quanta maldade!

         Estimo as melhoras do herói do Araguaia. O resto é apenas resto.

        

domingo, 17 de novembro de 2013

Frei José Maria do Amor Divino


         Final da década de cinquenta. Congresso Carmelita, se não me falha a já vaga memória. Até o nome do frei, já não o garanto. Vale a pena apenas pela lembrança.

         Lá em casa, apesar de pequena, meu pai hospedou umas hóspedes sergipanas que vieram para o evento. Dentre elas, uma que iria se apresentar na semana seguinte para adotar os votos de candidata a freira salesiana.

         O ápice do congresso foi num domingo. O parque 13 de Maio estava apinhado. Por volta das 16 horas, surge a grande estrela: nada mais, nada menos, que o Frei José Maria do Amor Divino, ou como o povo teimava em aplaudir e proclamar: o frei José Mojica.

         José Mojica, aos meus olhos de criança, era homem de uns 2 metros de altura, meio agalegado e, apesar das vestes sóbrias franciscanas impunha um porte atlético de chamar atenção.

         Os aplausos só minguaram quando foi anunciado que o frei iria cantar em homenagem aos antigos admiradores uma única música profana (Jura-me) e em seguida cantaria uma ave-Maria.

         Para os mais jovens, relato. José Mojica era um artista de cinema mexicano que, graças ao seu sucesso, logo foi transferido e adotado para a meca cinematográfica, que sempre foi Hollywood. Porém no auge da fama eis a reviravolta. José Mojica renuncia à fama e à fortuna e ingressa num convento franciscano, vestindo a sotaina inspirada no famoso santo.

         Eu era criança, mas lembro-me de uma senhora sergipana, solteirona, que estava perto de mim. Dela ouvi sem querer o seguinte comentário.

         - Meu Deus, acho que pequei. Eu já fui tão apaixonada por esse frade. Mas ela era apenas um grande artista de cinema e cantor famoso. Mas acho que continuo apaixonada por ele.

         Levei muito tempo para entender o espírito da coisa.

sábado, 16 de novembro de 2013

Pizzolato versus Cesare Batisti


                Embora o nome do facínora fosse italianado, de mim, jamais atentei para a possibilidade de uma duplicação de nacionalidade. Contudo, duvido muito, sinceramente, que a nossa Abin não tivesse em informação nos seus arquivos. Portanto, simplesmente deixaram escapar um dos maiores manipuladores do mensalão.

                Por outro lado (há sempre o outro lado), o facínora Cesare Batisti foi acolhido entre nós. Será  lógico e plausível que a Itália agora, numa vingança diplomática, acolha o nosso mafioso por lá.

                Qual é o partido político brasileiro que sai ganhando, não sei, sei apenas que quem sai perdendo na história, mais uma vez, é o provo brasileiro.

                Pena que nenhum ministro do STF não tenha atentado para essa fuga.       

 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O falso e o verdadeiro


    Na data de hoje, o  ministro Padilha, da saúde (com s pequeno mesmo) disse em entrevista que confiaria sua saúde (ou seja, sua vida) a qualquer médico que tivesse sido reprovado pelo revalida.

            A mentira é tão deslavada que espera-se a qualquer momento u desmentido do tipo: bem, não foi exatamente o que eu quis dizer.

            No mesmo dia o ministro da Aviação disse que viajar de avião no Brasil é o mesmo que entregar a alma a Deus.

            Portanto, dois ministros, faces da mesma moeda.

            De mim, duvido que o ministro Padilha tivesse a coragem de confiar a saúde do seu filho a um médico reprovado pelo revalida. Mentira, senhor ministro. Seja honesto ao menos em suas declarações públicas.

            Parabéns ministro Márcio Moreira Alves, pelo menos declarou aquilo que todo brasileiro que viaja de avião já sabe. Entregar a Deus.

            No mais, o governo vai bem... mal. 

 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Luta de Titans


      Refiro-me à disputa que está ocorrendo entre dois grandes líderes religiosos: Valdomiro e Edir Macedo.

         No meu tempo de menino era inegável um forte preconceito que existia entre católicos e protestantes. Os papas mais modernos trataram de aplainar as arestas, pelo menos aqui no Brasil.

         Contudo, mesmo naqueles idos meu pai, católico de convicção e crença permitia que de vez em quando em frequentasse a Igreja Baptista da Capunga, acompanhando meu colega Paulinho e seus familiares, que eram protestantes. Assim, logo cedo eu ia ao culto católico, na Igreja da Torre, no Recife, e por volta das dez horas acompanhava Paulinho e seus pais.

         Relato essa recordação para poder estranhar que os grandes representantes protestantes da atualidade brasileira estejam à beira das vias de fato.

         Sei não, mas acho que admirava muito mais os crentes daqueles tempos. Então não havia propaganda, nem estardalhaços milagrosos. As igrejas eram pobres, os óbolos modestos, raramente ouvia-se programas religiosos radiofônicos e televisão, nem falar.

         Hoje em dia (aliás, incluindo a igreja católica) a religião tem virado espetáculo (veja-se o padre Marcelo Rossi).

         Enfim, estamos a presenciar espetáculos, em todos os sentidos, que até Deus duvida.

         Tomara que a briga dos Titans dê empate...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O "Dia do Professor" de antigamente

Minha primeira professora foi minha saudosa mãe. Com ela aprendi as primeiras letras, entre Aracajú e Salvador. Depois, minha primeiras e inesquecíveis professoras foram dona Sirene e dona Mariana. Depois, fui crescendo e conhecendo outros inesquecíveis mestres, como meu próprio pai, os professores Luís Oliveira, André, Alto Nadler, Olegário, Aluísio Epitácio, Sá Barreto, Jaime Rito, Bento Carvalho.... Já na Faculdade recordo Sérgio, André, Bezerra, padres Torres, Aluísio Mosca, Franciscus Haasen, os irmãos Coelho (Introdução, Direito Civil e Economia),


além de outros cujos nomes no momento não correm, mas que estão perfeitamente impressos na minha lembrança, como o rofessor de direito administrativo, de direito tributário, de direito comercial. Levando em conta meus mais de quarenta anos de afastamento dos bancos escolares, é comreensível que não guarde todos seus nomes na memória, mas juro que estão perfeitamente guardados no fundo da minha alma e do meu coração.

Professor naqueles idos eram reverenciados não só pelo saber, mas pelos bons exemplos que nos davam. A começar pela própria apresentação. Normalmente, palitó e gravata. No mínimo, e a depender a matéria, utilizando jaleco ou outra indumentária apropriada.

- Sandália japonesa? – Nem pensar!

Quando o professor adentrava a sala de aula os alunos ficavam em silêncio e respeitosamente levantavam-se em sinal de respeito.

O Dia do Professor era repleto de manifestações, tanto por parte dos alunos como por parte dos professores mais novos em louvor dos mais antigos.

Particularmente, à noite, dona Maria, esposa do professor Bento Ferreira de Carvalho oferecia um distinto jantar em homenagem ao meu saudoso pai, do qual participei de muitos deles, já na qualidade também de professor.

Enfim, como esquecer o Dia do Professor daqueles idos?

E como deixar de lamentar os dias de hoje?

Como acreditar num país que está a desconstruir tão imortante peça do tecido social?



segunda-feira, 9 de setembro de 2013

As domingueiras lá de casa


         Estou em Teresina, na casa do meu filho. Domingo passado, como é o costume moderno, fomos almoçar num restaurante da moda. Já passava das 13 horas. Casa lotada, tivemos que nos submeter a uma extensa fila de espera.  Achoque todo o mundo de Teresina tivera a mesma ideia.

         Aí lembrei-me do meu tempo de menino, em Recife. Lá, na casa dos meus pais, todos os domingos eram de festa. Logo de manhãzinha Rita sacrificava uma ou duas galinhas, dependendo do número de pessoas que iriam almoçar. Se eram duas as galinhas, uma delas era à cabidela, que minha mãe fazia ao capricho.

         Quanto aos comes e bebes, como não possuíamos ainda refrigerador minha mãe providenciava suco de frutas para as crianças e meu pai providenciava vinho quinado ou vermute para os adultos. Ao almoço, vinho barato para os adultos e sangria para os pequenos.

         Na minha idade, entendia muito pouco da conversa dos adultos, mas guardo na lembrança até hoje aqueles momentos de felicidade incontida. A “sessão” encerrava-se por volta das 15 horas, já que meu pai iria “giboiar” na sua indefectível rede de dormir. Algumas poucas vezes minha mãe se animava a tomar umas duas doses de “meladinha”, que a deixava a sorrir e após o almoço dormir um gostoso sono.

         Era assim, naqueles idos, nossa forma de sermos felizes. Nada de fila de esperas...

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Do suplício de Donadan ao empréstimo do ministro Toffoly


                Pobre de sua “excelência”, o ilustre deputado Donadan. Sofrendo horrores no presídio de Tremember (não sei se o nome é esse mesmo). Segundo seu próprio relato, não falta chuveiro elétrico e a comida deixa muito a desejar.

                “Estou sofrendo horrores” – declarou choramingando aos seus outros iliustres pares que, com pena dele, mantiveram-lhe o título, embora preso. E como deve permanecer preso, a excelência dele custará à nação mais R$ 3.600,00 mensais, que é o preço de um presidiário.

                Mas Dodnadon foi humilde. Agradeceu genoflexo às outras esxcelencias pelo “beau geste”. Acho que deveria  ser chamado, doravante de deputado Danadão.

                Sei não, mas acho que o cinismo dos nossos ilustres representantes é tão grande que nem o voto aberto será mais suficiente para moralizar o nosso Congresso.

                E por falar nisso, acho que ninguém tem nada a ver com a movimentação financeira da outra excelência, o ministro Toffoly. Cabe à Receita Federal desvendar a mágica.

                O que não se explica é a cara de pau do mesmo ministro ser relator de um processo que envolve o Banco que lhe emprestou a dinheirama.           Creio que nem o ministro Levando-não-sei-o-quê teria tanta coragem.

                Já pensou o ministro Toffoly quando chegar à presidência daquele sodalício?

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Joaquim versus Levandowsky

Joaquim, o ministro, veio de baixo. Levandowsky, não sei de onde veio.


Muitos justificam os rompantes do ministro Joaquim alegando sua sofrida e brilhante história de vida. Vou até mais além: ranços, provavelmente, de pruridos da antiga senzala.

Levandowsky não. Olhos verdes da cor verde do mar, nariz aquilino, europeu até no nome, frio, polido e calculista, vem torrando a paciência do ministro Joaquim exatamente por que percebeu onde minar sua psicologia. O resultado é o que estamos a presenciar, ao vivo e em cores.

Fora o ministro Joaquim mais morigerado em suas atitudes e desabafos, Levandowsky não levaria vantagem, a vantagem seria nossa, povo brasileiro.

O ministro Joaquim é destemperado, ao passo que o ministro Levandowsky é frio e calculista.

Quem ganhará nessa contenda.

Por enquanto, só sei que sairá perdendo: nós, o povo brasileiro.



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ficção e quase realidade

Juan Rivera, médico, recém formado em Cuba, aproveitou a deixa e se mandou para o Brasil. Iria se inscrever no programa que o nosso governo oportunizou para médicos estrangeiros.


Após duas semanas de um curso intensivo de adaptação foi assumir o posto de saúde nos arredores do município de Quixadá, no interior cearense.

Logo no primeiro dia recebeu a primeira paciente, dona Quitéria.

- Buenos dias!

A velhinha tomou logo um susto de saída, pois não sabia que diacho era esse tal de buenos. Mas não se fez de rogada.

- O sinhô é qui é o doto bueno?

- Non, senhora, mi nombre és Juan Rivera. Pero diga lo que siente.

- Realmente, doto, não estou podendo sentar, não sei como o sinhô já adivinhou. Acontece que onte levei uma queda do jumento, quando fui apanhar água no açude, bati com o quengo numa pedra e danei a bunda no chão, machucando a bunda e o chibiu.O pior foi que segurei a queda com a munheca. Acho que desmenti, pois até no suvaco passei a sentir uma dorzinha.

Bem, não acompanhei o resto da história, pois o doutor Juan Rivera, suando frio, deixou o jaleco lá mesmo na cadeira e com o restinho das economias que trouxe da ilha se mandou de volta.

- O que foi que houve? – perguntou Fidel.

- Desisti comandante. Minha prineira paciente não era brasileña. Acho que era marciana. Aquilo é um país de doido.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A luta de Valério e o destino do Instituto Histórico e Geográfico






O escritor Valério Mesquita enfrenta uma luta quixotesca, tentando salvar o patrimônio do nosso Instituto Histórico e Geográfico.

Assumiu a presidência da instituição consciente dos problemas que teria que enfrentar. Só não imaginou a magnitude dos percalços que teria que enfrentar.

A diretoria por ele liderada conta com intelectuais da maior competência e boa vontade. Contudo, como dizia a velha piada jurídica, “sem verba o verbo não sai”.

Realisticamente falando, fica muito difícil, num Estado falido como o nosso, contar com verbas públicas. Afinal, a crise da segurança pública, da educação e da saúde falam por si sós. A essa altura, pensar que os governantes vão se preocupar com a biblioteca e o próprio edifício do IHG é pura quimera.

Valério está apelando até para os amigos mais próximos e os admiradores em geral da cultura norte-riograndense. Um verdadeiro sacerdócio, já que num estado de coisas que estamos vivendo as preocupações tomam outros rumos.

Resta apelar para que a dedicação de Valério venha a ser reconhecida imediatamente, antes que o destino de tão importante instituição cultural não sucumba. O que, aliás, falta pouco.



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Augusto Maranhão e o Papagaio de Pirata

Augusto Maranhão e o Papagaio de Pirata

Refiro-me a Augusto Maranhão. Natalense intelectualmente irrequieto, filho de família tradicional do nosso Estado, produtor e diretor de um programa independente que vive a prestar ao Rio Grande do Norte inestimáveis serviços em prol da cultura e da história local e, por que não dizer, Nordestina.


Incansável em sua luta pela restauração da memória da presença norte-americana na Segunda Guerra em nosso Estado, há anos que Augusto lidera um grupo, pequeno porém operante, clamando às autoridades em geral para que se promova o museu da rampa, a fim de manter viva a memória daqueles idos.

Agora, após tanta luta, as autoridades enfim parece que vão atender a tão patriótico apelo. Pena que não se mencione, nem de leve, o nome desse bravo nordestino e patriota, principal responsável por esse futuro monumento. Em seu lugar, o que aparece na mídia é um autêntico “papagaio de pirata”, todo engravatado e com pinta de artista, a desfilar a grande novidade.

Parabéns Augusto, você não apareceu no filme, mas quem é da terra sabe que você foi quem venceu.

Nosso Rio Grande algum dia há de lhe fazer justiça.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Li seu blog


Dominguinhos fez da música asas e canta lá por cima. Sinal que Gonzagão já pode ter acompanhamento ou ser acompanhado em seus acordes.

A simplcidade das letras, a profundida das palavras vão fazer falta. O xodo já não será o mesmo por aqui.

O nordeste vai ficar mais árido sem a brandura das canções dos dois.



E ele se foi e eles se foram



Carmen



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Dois craques, cada um na sua

Nesse país de mensaleiros e aloprados, nem tudo está perdido. Entretanto, acabamos de perder dois craques: um da música e o outro do futebol.


Dominguinhos, herdeiro oficial e de fato do grande Luiz Gonzaga, morreu precocemente, já que 72 anos não é idade hoje em dia para ninguém morrer. Não sei se poderia haver alguém no mundo que não gostasse do artista e do homem.

Coincidentemente, no mesmo dia, sobe para o andar de cima o maior ful-back que o mundo já conheceu, o grande Djalma Santos. Contudo ele não era grande apenas pelo futebol de que era dotado. Era grande como exemplo de homem de bem e de atleta que sempre serviu de exemplo aos mais novos.

Talento é coisa que a natureza dota a cada um. Caráter, não, depende do comportamento de cada um de nós.

Agora quando alguém consegue associar o talento ao bom caráter, aí sim, não temos apenas o gênio, mas o bem-aventurado.

Portanto, o Brasil acaba de perder dois grandes homens, por seus talentos e por seus bons exemplos. Fora em outro país e as autoridades lhes mandariam erigir estátuas. Esses dois sim, pessoas do povo, que souberam bem utilizar o talento que Deus lhe deu para somente praticar o bem, com humildade e profissionalismo. Sem demagogia, sem alarde.

Viva Dominguinhos. Viva Djalma Santos. Fora os mensaleiros e os aloprados.

terça-feira, 23 de julho de 2013

O país dos trapalhões


As autoridades in(competentes) estão a alegar que o erro dos batedores que envolveram o Papa numa enrascada de trânsito foi culpa deles mesmos, os batedores. Conversa para boi dormir. Certos erros são imperdoáveis e servem como radiografia para a série de atrapalhadas que já estamos tão acostumados a presenciar nos últimos anos. Lula já denominou de aloprados. Mas é bem pior do que isso.

O governo ostenta um Ministério tão amplo e diversificado que ninguém sabe mais quem manda em quem.

De quem é a culpa dessa vez? Do ministro dos Transportes? Do ministro do Planejamento? Do ministro das Cidades? Da chefa da Casa Civil? Do ministro Secretário da Presidência? Do ministro das Comunicações?/

- Não, a culpa é de dois batedores, sem eira nem beira, que por acaso estavam dirigindo as motos que ciceroneavam a comitiva papal.

Como Deus é brasileiro, o Papa escapou ileso. E ainda deu um show de popularidade, simplicidade e, por que não dizer, coragem. Coragem sim, pois enfrentar a turba, com o carro de vidros abaixados, apertando a mão dos que conseguiam atravessar o cerco da segurança e sem deixar de ostentar, a todo instante, um sorriso nos lábios, duvido que nossos políticos em geral ousassem tanto.

Mas coragem e humildade não salvarão o Papa de algum atentado. Nem creio, sinceramente, que haverá algum. Nosso povo, apesar de meia dúzia de vândalos produzidos a mando não sei de quem, acaba de demonstrar mais uma vez que é um povo manso, pacífico e acolhedor.

Viva o Papa. Deus proteja o Papa.





terça-feira, 16 de julho de 2013

O spa de Rio do Fogo

O SPA de Rio do Fogo




Por Sílvio Caldas



Acabo de freqüentar, pela terceira vez, o SPA de Egídio de e Wanderleya (Termas Center).

A primeira vez, há vinte anos, havia menos alojamentos. Era o começo. Hoje acho que há o dobro de vagas disponíveis, o que significa dizer que a animação é ainda maior, mesmo porque aumentou o número de auxiliares da equipe.

É impressionante a reação de alguns spasianos ao final da estadia, tendo em vista a redução das medidas corporais e do próprio peso. Já cheguei a ver mocinhas chorarem de alegria.

No spa do Rio do Fogo você não tem tempo para nada, pois seu tempo é todo preenchido com caminhadas, exercícios, seis refeições morigeradas. Por outro lado, o pouco tempo de que você dispõe para os afazeres conta hoje em dia com o serviço de internet e de telefones celulares.

A noite ali é sempre divertida, com apresentação de shows ou danças. Poucos se ocupam em assistir a algum programa de televisão.

Enfim, vale a pena (até pelos preços oferecidos) freqüentar o Spa do Rio do Fogo, independentemente da redução do peço e das informações nutricionais transmitidas aos freqüentadores. Ali se desfruta, além da bela vista da beira-mar, de uma paz de espírito tão em falta no nosso dia a dia.



quarta-feira, 10 de julho de 2013

Li seu blog

Caldas,




li o seu blog. Pois é.



Estudamos na mesma escola. La fiz o curso primário até o exame de admissão. Exame de admissão para o ginásio rumo ao Colégio Regina Pacis. Quanto temor naquele exame. Exame em uma e em outra escola. Dona Antonia Maranhão, a diretora. Certa vez, por não saber a taboada "de cor"(ainda se usa essa expressão? Sei não. Hoje nem número de telefone se decora), a professora de sala ameaçou-me ir para a diretoria. A sabatina era na sexta-feira após o lanche. Não é que na semana seguinte, em lugar de chorar matemática, estudei matemática e afiei-me na taboada de multiplicar e dei show. Aquela ameaça salvou-me até hoje para passar troco sem máquina de calcular.



Sirene era amiga da minha mãe. Quando fui estudar no Nossa Senhora da Conceição, mamãe quis me colocar na escola de Sirene que ficava na rua Real da Torre, onde hoje há um prédio. Do lado oposto ao cinema da Torre. Hoje Edifício Cinema da Torre. Não sei por que cargas d'água não fui estudar na escola de Dona Sirene. Sirene com S ou com C?. Não sei. Pouco importa. Sei que fomos lá certo dia. Eu e mamãe. Os pais delas eram amigos. Coisas de portugueses. Ainda na época das bonecas.



Tinha cerca de quatro ou cinco anos e lembro-me como se fosse hoje. Uma única diferença era meu olhar infantil que as tornava imensas e sabias. Serviram-nos um bolo com guaraná frateli vita e deram-me para brincar uma boneca preta. Fora a primeira boneca preta que vi. O brinquedo me despertou curiosidade e encantei-me. Mas tive que deixá-la lá. Havia outras irmãs de Sirene(com C ou com S?)Não me recordo dos nomes. Sei que a mais nova chamava-se Carmen Célia.

Não sabia que havia outra pessoa com o meu nome. Fiquei sem entender como alguém poderia ter o mesmo nome que eu. Coisas da primeira infância. Primeira infância da época.



A escola N. Senhora da Conceição está lá com outro nome, com outras pessoas, mas o prédio ainda é o mesmo, como as lembranças da infância.





Abraços



Carmen





quinta-feira, 27 de junho de 2013

Minha prima é professora

Tenho pelas minhas primeiras professoras as mais gradas recordações.  Primeiro, minha saudosa mãe, que me ensinou as primeiras letras, ainda em Aracaju. Depois, no Recife, estudei com dona Mariana e terminei  concluindo o curso primário com dona Sirene, no Instituto  Nossa Senhora da Conceição.
Depois ingressei no curso ginasial, no Colégio Salesiano. Ali os professores ministravam suas aulas usando paletó e gravata e nós, alunos, devidamente fardados.
Aprendi a ter pelos meus professores, desde as primeiras letras, consideração e reverência.  E a cada dia que adentro na velhice são mais ternas  ainda minha lembrança daqueles idos.
Minha prima Ivonete é professora daquelas de antigamente. Austera,  mas ao mesmo tempo bem humorada. Primeiro, destacou-se por bem cuidar das crianças, em sala de aula; depois, por assumir a direção de escolas, cuidando não só dos alunos, mas dos  professores, com urbanidade, competência e liderança; em seguida, já aposentada, continuou cuidado da classe de professores à qual pertencia, demonstrando através de suas boas gestões a verdadeira arte de administrar.
Exemplo de filha, irmã, esposa, mãe, avó e de profissional, Ivonete hoje atinge a bela idade de .... primaveras  (Primaveras, sim), para orgulho de seus parentes e dos amigos que tem cultivado ao longo sua exemplar vida.
Parabéns querida prima. Somos orgulhosos de você. Pena que eu não possa participar ao vivo de tão justa homenagem. Mas Deus é testemunha que tentei chegar.
Um beij

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O bijo


Era um 12 de junho. Empolgado e apaixonado por Rosinha, no alto da minha sabedoria de 15 primaveras, cometi-lhe um soneto – que era a poesia da moda.

Datilografei-o furtivamente numa máquina de datilografia que havia na sala dos professores, durante o recreio das 10 horas. Na pressa, cometi um erro datilográfico. Rimando com a palavra desejo escrevi a palavra bijo, em vez de beijo.

Passou-me o erro despercebido. Orgulhoso, fiz-lhe entrega do inditoso poema. No dia seguinte (13, ia do azar) fui chamado às pressas para ser interrogado na secretaria do colégio pelo temido padre Cassiano.

Suei a camisa, pois a todo o custo meu inquisidor desejava saber o que significava a palavra bijo.

- Bijo? – e eu sei lá, “seu” padre!

- Sabe sim, pois se você mesmo foi quem escreveu’ Aqui está sua assinatura.

Meu inocente poema tinha caído nas mãos da madre superiora do colégio Nossa Senhora do Carmo.

Cada vez mais irritado o padre Cassiano sentenciou: ou você me diz o significado da palavra bijo ou vai ficar de castigo até as 14 horas.

Desesperado, e já antevendo a bronca que receberia ao chegar tarde em casa, confesso que choraminguei. O padre, afinal, era realmente malvado. Aliás, o que tinha de baixinho tinha de brabo.

Contudo, Santo Antônio foi bom comigo. Na hora foi passando meu professor de Português, o saudoso Olegário que, percebendo o pesado interrogatório que eu estava sendo submetido interessou-se pela conversa, pedindo ao padre para dar uma olhada na peça acusatória.

- Ora, padre Cassiano! Vê-se logo que foi um simles erro de datilografia. A palavra que Sílvio pretendia datilografia era beijo, para que simasse com desejo. E não bijo, que não tem significado na ossa língua. Aliás – arrematou – o soneto até que não está mal.

Ainda cheguei em tempo de alcarnçar a gororoba da mamãe.



domingo, 9 de junho de 2013

Essa me pegou


Meu amigo e leitor Welington Leiros enviou-me um e-mail muito engraçado, em torno dos parâmetros atuais da DESeducação do país. Contudo, a frase final não tem graça nenuma, e sim,´é motivo de grande reflexão. Ei-la.

“Muitos estão se preocupando com o tipo de planeta que estamos deixando para os nossos filhos, entretanto deveríamos nos preocupar com o tipo de filhos que estamos deixando para nosso planeta.

Confesso que praticamente nada sei sobre a problemática educacional pelo mundo a fora. Porém em relação ao Brasil, a frase chama atenção e cala fundo.

Estamos vivendo um verdadeiro paradoxo social. A cada passo que estamos desenvolvendo leis modernas e até certo ponto revolucionárias, entretanto nossa educação (ou deseducação) vem ganhando destaque em todos os sentidos. Por exemplo: proibimos crianças e jovens adolescentes de exercer atividades trabalhistas, mas não sabemos o que fazer com eles nas suas (quase totais) horas vagas.

Dizia minha santa avó que cabeça de desocupado é oficina do diabo.

domingo, 19 de maio de 2013

Descendo a "serra"


Assim como eu, tenho certeza que milhões de brasileiros antipatizam com José Serra. Ele lembra aqueles alunos inteligentes, porém soberbos, que olham para a humanidade com os olhos para o alto, pois se julga superior a tudo e a todos.

O PT deve muito de sua vitória à insistência de Serra em ser candidato a presidente da República. É preciso muito patriotismo e espírito de renúncia para engolir a chata e detestável figura. Essa foi a maior falha do PSDB nos últimos anos.

Não se pode, por outro lado, desmerecer os méritos do PT, embora esteja ele também, de há muito, descendo a serra.

O Brasil está a precisar urgente de uma renovação política. Essa renovação pode vir a ocorrer com personalidades políticas como Aécio ou o governador de Pernambuco, Carlos Eduardo.

Portanto, se quisermos voltar a subir a serra, Serra tem que descer. Definitivamente.



segunda-feira, 6 de maio de 2013

O triste fim de PC Farias


Esse poemeto foi produzido em julho de 1996, pouco antes da tragédia. Hoje, 05.052013, considero-o atual,mesmo porque ainda não houve o julgamento dos possíveis suspeitos. Coincidentemente,os quatro policiais que “guardavam” PC.



No jornal, segunda-feira,

A “nota” correu ligeira:

“O PC foi trucidado!”

- Levou um tiro no peito

E o tiro saiu perfeito,

Deixou PC liquidado.



Morreu enquanto dormia,

Apesar da mordomia

(por quatro homens guardado).

Morreu que nem cão raivoso,

Encerrando o desditoso

Período do seu reinado.



- Foi a própria namorada

- Informou a sua guarda

Logo na ocasião;

Pois ao lado do defunto,

Suzana (o outro “pesunto”)

Também jazia, pois não.



A polícia alagoana,

Numa atitude bacana

Disse logo: - Foi paixão!

E assim, no mesmo dia,

Com grande sabedoria

Tocou fogo no colchão...



Quanto a tal da namorada,

Todos sabem que a coitada

Foi “usada” na ação,

Pois no tal”arquivicídio”

Alguém lhe impôs o”suicídio”

Bem na mesma ocasião.



Mataram PC Farias,

Suzana entrou numa fria

E o Brasil se ferrou!

PC levou o segredo

Para o eterno degredo

E a polícia “embolsou”.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Meu são João de Antigamente


Refiro-me à década de 50. Ao que me lembre, só éramos nascidos Vera e eu.

Meu pai animou minha mãe e enfrentamos dois dias de viagem de trem, do Recife até Porto Real de Colégio. De lá ainda tivemos que atravessar o velho Chico de canoa até Própria. Como era época de rio seco, a canoa não navegava até o Cedro.

O Cedro, que se chamava “de São João”, por si só já dizia da animação dos folguedos joaninos.

Minha mãe aderiu com muito gosto à idéia, pois de há muito não se encontrava com as cunhadas, notadamente as tias Mera e Nana, com quem costumava armar “barracas”. Ou seja, tricotar a vida alheia. Naquelas conversas de comadre, sabia-se de tudo e o que não se sabia se inventava.

Tia Nana e tio Manoelzinho moravam exatamente defronte da Igreja. De lá só saíram quando o primo Antônio casou com a bela Heloisa.

Dois dias após nossa chegada era a véspera de São João. Fogueiras imensas, o padre Maneca patrocinando a queima de fogos. Após a novena (ah, o coral, liderado por tia Glorinha e seu indefectível violino) começavam os folguedos.

Naquela noite me esbaldei. Além do dinheiro que meu pai me proporcionou ainda consegui algum com tio Manoelzinho (o da tia Nana) e investi tudinho no leilão.

O leiloeiro era Tonho de Beija, e desconfio hoje que ele acolhia com muita facilidade meus lanços. Não sei se naquela noite alguém arrematou mais prendas do que eu. Cheguei na casa da tia Mera ajudado pelos amiguinhos (o próprio filho de Tonho dé Beija e Normando, dentre outros. Era manga, galinha, castanha, caju, bolo de pé-de-moleque. Pois até um bode velho consegui arrematar.

De certo modo tia Mera gostou, pois casa cheia, tudo que animasse a mesa seria bem vindo.

Meu problema prendeu-se ao bode velho. Queria levá-lo comigo para o Recife. Por meu saudoso pai, teria ele dado um jeitinho no trem. O problema foi que minha mãe bronqueou. Resultado: fui obrigado a deixar o bode velho no Cedro.





sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Diabo é quem duvida

Finalmente, a Polícia Federal foi acionada a fim de investigar a participação ou não do ex presidente Lula nas operações denominadas Mensalão.


A delação provém de um mau caráter, o famigerado Valério. Acho que até entre bandidos caberia uma “espécie” de ética, mas no caso Valério está na fase do salve-se quem puder”. Tudo ou nada. Nada a perder.

Em seu ato dedurista ele liga Palocci a Lula, o que não é novidade para ninguém.

Como a maioria do povo brasileiro, não creio que ao final essa investigação vai dar em alguma coisa. Afinal, o calote legal da prescrição serve também para essas coisas.

Pessoalmente não acredito na inocência de Lula e muito menos na de Palocci, apesar da fonte delatora não valer nada. Mas achar ou não que a dupla é inocente de nada adianta. É puro achismo. O importante é provar. Ainda que eles possan se beneficiar, a essa altura, do benefício prescribendo. Mas pelo menos teremos certeza de algumas coisitas. Melhor do que morrer na dúvida.

Quanto ao ministro Fux, dou-lhe sim o benefício da dúvida em relação às insinuações sem prova do meliante Zé. Infelizmente nosso sistema de ascensão judiciária nos faz depender do Poder Executivo que, quando mal utilizado, pode sim, deixar seqüelas através de promessas ou de insinuações inteligentes. Faz parte da regra do jogo, nem sempre limpo. Melhor que o Poder Judiciário não dependesse de nenhum Poder Executivo na hora da promoção ou de indicação para ministro do STJ, do TST ou do STF. Aliás, até para a nomeação de desembargador o Judiciário depende da chancela do Poder Executivo.



domingo, 7 de abril de 2013

A arrogância/burrice d Jacques Wagner


Dizem que bahiano burro nasce morto. O governador Jacques acaba de provar que a frase é falsa.

Em recente declarações produziu essa pérola: “Como eu não acredito em Deus, acho que a culpa é das mudanças climáticas”.

Assim, não acreditando em Deus, pratica a ciência do achismo para explicar o fenômeno das mudanças climáticas da Bahia (e do Nordeste em geral).

Ora, gente muito mais importante do que esse “cara” já se pronunciou (e se machucou) em relação à existência de Deus. O construtor do Titanic virou um clássico exemplo.

O problema é que Jacques é tão desimportante que acho que só o PT tem conhecimento da existência dele.

Nenhum cristão minimamente inteligente atribuiria ou não ao Criador a existência da seca nordestina como uma responsabilidade divina propriamente dita. Seria o mesmo que atribuir-lhe a existência da bomba atômica. Segundo meu antigo professor de filosofia, e um péssimo (e errado) filosofar atribuir as causas imediatas à causa primeira (causa causarum).

Agora, discutir essa tal de “causa causarum” com a estupidez ignorante de um Jacques qualquer, seria também burrice.

Melhor deixar que Jacques continui pensando que obrou uma pérola com sua frase de (d)efeito.

E os bahianos que se cuidem e aprendam a eleger políticos honestos e que não desprezem Deus. Pois apesar dos Jacques da vida, acredito que Ele existe. E apesar da seca nordestina.

terça-feira, 19 de março de 2013

Matemática não, mas Português eu agaranto

Eu cursava o antigo primeiro ano ginasial. Esqueci-me colocar acento no meu próprio nome – Sílvio, dentre outros pequenos erros gramaticais. Resultado: professor Olegário tacou-me um quatro, remetendo-me à segunda época.


Como meu saudoso pai era também professor no mesmo colégio (Salesiano) fui a ele me queixar da “perseguição” que acabara de sofrer do referido professor.

Sabiamente meu pai extra-oficialmente foi dar uma lida na minha prova.

- O senhor reclama do quê? Nem seu próprio nome escreve corretamente ainda. Merecia era um dois, em vez de quatr!

Serviu-me de lição.

Mas agora as coisas mudaram. As melhores redações do ENEM (concurso a nível nacional) selecionaram até receita de macarrão emmeio a uma redação. Isso sem falar nos mais comezinhos erros de grafia.

Se as melhores redações foram as apresentadas pela imprensa, o que dizer das medianas?

Então estatisticamente estamos indo muito bem. Vamos nos afogar num lago que possui 10 cm médios de profundidade. Só que estamos no fundo do porão do lago. Mas a média é de apenas 10 cm.

E o pior, ainda tem “mestres” lingüísticos que justificam os tais erros, dizendo que está tudo bem.

Se um país deixa de dominar a própria língua, vai dominar o quê?

sexta-feira, 15 de março de 2013

No país de Mizael


No país de Mizael o “cara” mata a ex-namorada, por motivo torpe, esconde o corpo no fundo de uma lagoa, dificulta o mais que pode as investigações e daqui há sete curtos anos estará de volta.

A sensação de impunidade mais uma vez toma conta da sociedade e alguns incautos continuam culpando o Poder Judiciário, quando em verdade quem cria tão estranha legislação é o Poder Legislativo. Ao Judiciário cabe apenas cumprir a lei.

Nosso país está chegando a um ponto que seria cômico, não fossem as ridículos situações e incoerências. Para não falar nos transgressores mirins/adolescentes, nossos concursos públicos estão agora a querer desclassificar pessoas “gordas” ou mulheres que não tenham mantido o hímen intacto antes do casamento. Essa última exigência foi feita ultimamente pelo governo petista da Bahia, para que mulheres pudessem ingressar no concurso de seleção da polícia militar. Foi preciso que o governador petista interferisse pessoalmente para aliviar a mancada.

Pois é, no país de Mizael vale tudo, desde que esse tudo seja em favor de interesses escusos e inexplicáveis. E o povo que se cuide.

Por falar em povo, o governo venezuelano não vai mais puder embalsamar Chaves, pois o defunto tinha que ainda está fresco para começar o processo de embalsamamento.

Aqui, ainda temos tempo.

terça-feira, 12 de março de 2013

O cara


O cara vai ao bar, enche a cara, pega o carrão, sai ziguezagueando, atropela um operário que se dirigia ao trabalho, amputa-lhe o braço, que fica dentro do veículo e sem se importar com o acidente se manda.

Mais adiante, percebe que o braço amputado está no assento trazeiro do seu carrão. Pára o veículo, pega o braço, joga num canal e se manda de novo. Esconde o carro.

Não sei por que cargas d’água (remorso, talvez) apresenta-se acompanhado do papai ao delegado e conta, a seu modo, o que aconteceu.

Enquanto isso, no hospital, o amputado perde a chance de tentar recolocar o braço amputado, pois o braço desapareceu nas águas do canal. A medicina não pode fazer mais nada. A essa altura o auxiliar de serviços gerais fica prejudicado para o resto da vida, enquanto o filhinho de papai limita-se a dizer que “estou arrependido”.

Só falta esse fdp se apresentar no Faustão, domingo próximo e cantar: “Esse cara sou eu!”

Férias inesquecíveis

Férias inesquecíveis




Por Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)



Existe férias e férias. As últimas, são as que chamamos de inesquecíveis.

A década era a de 50. Minha tia Janete fora transferida do seu emprego nos Correios e Telégrafos do Recife para o antigo distrito de Serrinha, até pouco tempo pertencente ao município de Garanhuns e recém batizado de Paranatama, município autônomo.

Meu primo Jair e eu fomos levados pela minha avó Silvana para ali passarmos nossas férias escolares. Tínhamos de 6 para 7 anos de idade.

Nossa primeira aventura foi quando o caminhão que nos transportava de Garanhuns para Serrinha/Paranatama quase se atolava no pequeno riacho que atravessava a então estrada carroçável.

Por fim, lá chagamos por volta das 16 horas. Tia Janete, que sempre fora festeira, como nunca, era uma festa só.

Por volta das 17 horas, o tradicional café com biscoito da terra. A casa cheia de vizinhos que vieram conhecer minha avó e os netos.

Cansados da viagem, fomos dormir cedo, envolto em grossas cobertas e lã, pois o frio era de junho.

Pela manhã, após o café que mais parecia um almoço fomos brincar num cafezal que distava poucos metros do quintal da casa e ali ficamos deslumbrados com as novidades das paisagens que se abria para nós pela primeira vez.

À noitinha os vizinhos se reuniam na calçada da casa de tia Janete para colocar as conversas em dia, ao passo que nós nos juntávamos com as crianças em torno de uma pequena fogueira que servia para espantar o frio.

Porém fogueira bonita mesmo foi a que se ergueu no meio da rua na véspera de São João. Naquela noite fomos dormir bem mais tarde. Tapioca, canjica, pé-de-moleque, pamonha. Isso sem falar no gostoso café moído na hora e no chocolate quente.

Dois dias após passei a entender o significado do antigo ditado: o que é bom, dura pouco. As férias findaram, Tínhamos que retornar para o Recife. Recomeço das aulas. Minha tia ficou chorosa, mas assim mesmo ainda nos acompanhou até Garanhuns, onde apanhamos a chamada “marinete” ou “sopa” que nos trouxe de volta à realidade da vida.





sábado, 9 de março de 2013

O caso Bruno

Dentro de três anos Bruno voltará aos campos da glória, do luxo e da riqueza. É o que indica a condenação que lhe foi imposta.


Como Direito Penal nunca foi meu ramo, falo aqui como simples cidadão, que cada vez entende menos desse intricado ramo do Direito no nosso país.

Dói no cidadão comum ver, como temos visto em Natal, nos noticiários especializados, jovens de menor zombando da legislação, sob o manto da impunidade.

O problema é que nossa legislação aprimorou-se em proteger os direitos da criança e do adolescente (ECA), mas se esqueceu de proteger os cidadãos de bem. Verdadeiro desequilíbrio social.

Por ouro lado, nossas cadeias (pelo menos pelo que assistimos no dia-a-dia da televisão, são verdadeiras fábricas de monstros, verdadeira vergonha em matéria prisional. Pode ser que quando Zé for passar alguns meses preso alguma coisa melhore.

Dá pena estamos vivendo aqui no nosso Estado verdadeiro estado de necessidade. Educação, Segurança, Saúde... zero. E o pior, nossa governadora é médica. Pelo menos na área da saúde ela bem poderia fazer alguma coisa, por uma questão de coerência. Parece mentira, mas no nosso maior hospital público, o Walfredo Gurgel, existe nove equipamentos para produzir oxigênio quebradas. Tanto que acaba de falecer recentemente um cidadão norueguês por falta de utilização de uma dos equipamentos.

Ah, me desviei do caso Bruno. São tantas as benesses legais para os bandidos que nos perdemos nesse emaranhado de incoerências legais.

Pobre da Eliza! Foi se meter com marginal, pensando só na riqueza que ele ostentava e deu no que deu.

Quanto a Bruno, dentro de três anos volta a ser um herói dos nossos campos de futebol, dinheiro no bolso, imprensa esportiva a seus pés e a sociedade a ver navio.



terça-feira, 5 de março de 2013

Z[é cara de pau


“Baixou” ontem em Natal o famoso Zé, principal protagonista do indefectível Mensalão.

Zé foi condenado, mas dificilmente chegará a cumprir a pena. Ontem mesmo anunciou que vai se utilizar de todos os recursos procastinatórios legais, culminando com um recurso à corte internacional de Costa Rica, que julga crimes políticos! Ou seja, Zé morrerá muito antes que os processos legais sejam consumidos.

Quando eu era menino (faz muito tempo!)_li um cordel intitulado “A chegada de Lampião no inferno”. Não me recordo mais do desenrolar da estória, mas o certo é que Lampião deu muito trabalho a Lucifer. Coisas do anedotário do cordel Nordestino.

Já que Zé cara de pau vai findar escapando da punição, pela consumação dos tempos terrenos, acho que ele irá sim, perturbar, juntamente com Lampião, o velho Lúcifer.

Mas o pior não é Zé escapar, pois afinal de contas, Maluf vem escapando há muito mais tempo. Aliás, não sei dos dois quem é o mais cara de pau.

Haja óleo de peroba!

domingo, 3 de março de 2013

O deputado Tiririca


Quando Tiririca foi o deputado federal mais votado por São Paulo tive a sensação de estar revivendo os idos da eleição do “bode cheiroso”, no município de Jaboatão, em Pernambuco ou mesmo da eleição do índio Juruna, aquele que gravava tudo.

Contudo, hoje me arrependo de artigo que escrevi por ocasião da eleição de Tiririca (que dizia que “pior não fica”). O problema é que não ficou pior. A Câmara melhorou um pouquinho graças justamente à atuação de Tiririca. Assíduo, sério, integrado com devotamento à nova missão, Tiririca deixou de ser o palhaço que todos esperava e passou a sem um deputado exemplar em relação à média.

Porém alegria dura pouco. Tiririca, desiludido, retira-se da vida pública e volta a ser o palhaço que sempre foi. Perdemos portanto um deputado sério. Em compensação Tiririca retorna ao picadeiro, pois não agüentou o “tranco” do Congresso. Palhaçada por palhaçada, prefere a de antanho, que é mais autêntica, mais profissional e bem mais patriótica.

Parabéns Tiririca, você provou que daria um bom deputado, apesar da palhaçada dos colegas de lá.

Seja bem vindo, mais uma vez, ao autêntico e honesto picadeiro.



sábado, 2 de março de 2013

Candidato a Carmelengo

Segundo alguns palpiteiros, nosso Cardeal Sherer e sério candidato a assumir os destinos da fé cristã. Como diria o grande Millor, o livre pensar e só pensar. Assim, não deixa de ser para nós motivo de certo orgulho termos nem que seja efemeramente falando, um candidato a Papa.


Não digo que sou contra, mas tenho receio de que isso não daria certo. Não pelas qualidades de dom Sherer, que são muitas, mas pelas peculiaridades do nosso Pais.

Na sua primeira visita ao Brasil, que seria bem próxima, ate por causa do Encontro da Juventude nosso Papa seria convidado a dar um pulinho até Salvador, para prestigiar a lavagem das calçadas da Igreja do Senhor do Bonfim, pelas avantajadas e simpáticas bahianas do candomblé.

No Carnaval, lá estaria o Papa mais uma ver convidado para participar do desfile, posto que já se teria criado, no Rio de Janeiro, a Escola de Samba Unidos do Vaticano. Enfim, uma zorra.

Não, não dá certo. Ainda não estamos preparados para eleger um novo Papa.

E o pior de tudo, com essa aliança do PMDB com o PT, certamente que Lula iria insistir em ser nomeado o novo Carmelengo do Papado.

Não, realmente, não daria certo.





segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Divagação


O prefeito eleito, Carlos Eduardo, mal empossado já se deu um aumento de 40 por cento nos seus vencimentos. Passa portanto a perceber 20.000 reais a partir de junho.

De mim, não toparia enfrentar o desafio de administrar os restos mortais do que sobrou de Natal-Micarla. Mesmo porque não me sentiria competente e seguro para enfrentar tão delicada tarefa.

Assim, olhando por esse ângulo, não vejo nada demais que o atual prefeito passe a ganhar R$ 20.000,00 para desempenhar tão árdua tarefa. A não ser que ele vá dormir em berço esplêndido e nos deixe mais uma vez ao “deus-dará”.

De qualquer sorte, os menos favorecidos, ou seja, nós pobres mortais ficamos sem entender porque as demais profissionais recebem aumentos balisados por cálculos inflacionários, não passando no máximo a 13 por cento (a maioria fica em torno de 5 por cento), o que torna sem sentido os quarenta por cento que o prefeito se auto-promoveu.

E por falar em prefeito, chamou atenção dos brasileiros em geral o fato do ex-presidente Lula ter se deslocado até o gabinete do afilhado Haddad para ministrar lições de administração ao próprio prefeito e sua equipe.

Ou Lula realmente é muito bom ou Haddad é muito ruim.

E oir falar em ruim, vamos falar de coisa boa: a presidenta Dilma tem investido mais em educação do que em obras novas, tipo transposição do São Francisco, que já está caindo aos pedaços.