ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um prêmio Nobel para o Brasil

          O primeiro brasileiro a ser cogitado para o honroso prêmio, por duas indicações infrutíferas, foi o grande marechal Cândido Rondon, patrono da arma de Comunicação do Exército brasileiro.

         Depois ocorreram umas poucas outras indicações, como por exemplo, Celso Furtado, Dom Hélder Câmara, e outras mais, igualmente infrutíferas.

 Enfim, o Brasil jamais recebeu a honraria.

         Se acaso houvesse o Nobel do Futebol, sem dúvida alguma já a teríamos obtido. Ao menos o rei Pelé ou mesmo Garrincha, quem sabe!

         Pelo menos no ramo da literatura creio que também de há muito já merecemos a tal distinção. Mas, nada.

       Se eu tivesse alguma influência nessa avaliação sugeriria que os organizadores do Prêmio criassem uma nova modalidade: a da corrupção.

         Aí, sim, duvido que alguém nos passasse para trás nessa matéria.

         Por falar nisso, foi interessante a manifestação de certos setores do povo a respeito da matéria. Esses movimentos, quando não são manipulados pelos políticos, começam tímidos, minguados, como as fontes que fazem nascer os grandes rios. Aí, dependendo da sua autenticidade, começam a engrossar as fileiras e vão se avolumando.

         Alguém se lembra do padre Payton?

         E as diretas já?

         E os estudantes que deram início ao movimento que derrubou Collor?

         Pois é, o atual movimento se irá adiante, não sei. Só sei que ele passou a existir e numa data muito simbólica: o nosso Sete de Setembro.

         Tomara que vingue.

         E se são realmente boas as intenções da Presidente Dilma, ela que se cuide, pois já existem boatos de franca sabotagem contra seu governo.

         E se realmente são boas as intenções dela, embora nela não tenha votado, terá meu apoio e meu aplauso, e, de resto, dos homens de bem desse país.


domingo, 4 de setembro de 2011

O novo engodo oficial


Logo de início achei excelente a notícia. Mas depois vi o malogro da situação.

Acho que Lula não tinha ainda se mudado para Sumpaulo, quando o grande senador João Calmon pregava a revolução brasileira através da educação. Ninguém lhe deu ouvidos. A essa época, também, entre nós, vivia outro grande educador, o norte-riograndense Djalma Maranhão, que ousava dizer que era possível se alfabetizar e pôs em prática o “De pé no chão também se aprende a ler”.

Nos últimos anos pretendeu um senador, pernambucano de origem, seguir os passos de Calmon. Logo o apelidaram de "senador de uma nota só", pois praticamente só falava de educação. Resultado, Ministro da Educação de Lula, apresentou uma tese que era boa para o povo mas ruim de voto (bolsa escola). Moral da história: foi demitido pelo telefone.

Agora o governo Dilma acaba de anunciar a criação de mais de duzentas escolas técnicas e bem umas dez universidades por esses brasis afora.

Passado meu entusiasmo, perguntei-me?

- E onde estão os professores e professoras que irão povoar esses belos prédios?

E mais: - Há quantos anos deixamos de formar professores de qualidade?

- Há quantos anos nossos professores deixaram de usar paletó e gravata e passaram a usar sandálias japonesas na sala de aula?

Ninguém se iluda, o governo federal continua jogando para a platéia. Estamos entrando em nova geração perdida em termos de educação. Prédios e equipamentos nada acrescentam se não tiver a real “valorização do professor”que pressupõe: uma formação inicial sólida e formação continuada comprometidas com a aprendizagem dos alunos; condições de trabalho; e sálarios dignos que atraiam os jovens para fazerem carreira no magistério. O que vem sendo proclamado pelo Ministério necessita tornar-se realidade!

Se é bem verdade que o aluno deve ser o centro do sistema, entretanto o sistema jamais funcionará sem a participação de bons professores.

A manobra é muito antiga. Poucos se interessam por obras de saneamento básico, porque elas não aparecem nas vésperas das eleições. Melhor construir jardins e caiar muros.

No meu tempo de menino ser professor era um orgulho, para o professor e para a família dele. Hoje em dia, ser professor dá pena, para não dizer coisa pior.

Sem querer discutir o assunto, mas tendo que falar sobre ele, ultimamente uma promotora aqui do nosso Estado, fazendo referência à merenda escolar dos alunos declarou que, caso sobre merenda, os professores estão proibidos dela se servirem. “Que se jogue a merenda no lixo” – declarou. Não é assim! As professoras necessitam trabalhar três expedientes para manter-se e caso exista uma Lei Federal que necessita ser cumprida que a LEI contemple os professores!

O problema é que investir na melhoria do ensino propriamente dito é como trabalho de saneamento. Só aparece o resultado muitas eleições depois. Quem colhe os frutos são as novas gerações, e não os políticos atuais.

Mas de volta ao assunto e usando meu direito de contribuinte lesado, prefiro que a merenda escolar que sobre se destine aos pobres professores. Pelo menos isso.