ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Minha prima é professora

Tenho pelas minhas primeiras professoras as mais gradas recordações.  Primeiro, minha saudosa mãe, que me ensinou as primeiras letras, ainda em Aracaju. Depois, no Recife, estudei com dona Mariana e terminei  concluindo o curso primário com dona Sirene, no Instituto  Nossa Senhora da Conceição.
Depois ingressei no curso ginasial, no Colégio Salesiano. Ali os professores ministravam suas aulas usando paletó e gravata e nós, alunos, devidamente fardados.
Aprendi a ter pelos meus professores, desde as primeiras letras, consideração e reverência.  E a cada dia que adentro na velhice são mais ternas  ainda minha lembrança daqueles idos.
Minha prima Ivonete é professora daquelas de antigamente. Austera,  mas ao mesmo tempo bem humorada. Primeiro, destacou-se por bem cuidar das crianças, em sala de aula; depois, por assumir a direção de escolas, cuidando não só dos alunos, mas dos  professores, com urbanidade, competência e liderança; em seguida, já aposentada, continuou cuidado da classe de professores à qual pertencia, demonstrando através de suas boas gestões a verdadeira arte de administrar.
Exemplo de filha, irmã, esposa, mãe, avó e de profissional, Ivonete hoje atinge a bela idade de .... primaveras  (Primaveras, sim), para orgulho de seus parentes e dos amigos que tem cultivado ao longo sua exemplar vida.
Parabéns querida prima. Somos orgulhosos de você. Pena que eu não possa participar ao vivo de tão justa homenagem. Mas Deus é testemunha que tentei chegar.
Um beij

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O bijo


Era um 12 de junho. Empolgado e apaixonado por Rosinha, no alto da minha sabedoria de 15 primaveras, cometi-lhe um soneto – que era a poesia da moda.

Datilografei-o furtivamente numa máquina de datilografia que havia na sala dos professores, durante o recreio das 10 horas. Na pressa, cometi um erro datilográfico. Rimando com a palavra desejo escrevi a palavra bijo, em vez de beijo.

Passou-me o erro despercebido. Orgulhoso, fiz-lhe entrega do inditoso poema. No dia seguinte (13, ia do azar) fui chamado às pressas para ser interrogado na secretaria do colégio pelo temido padre Cassiano.

Suei a camisa, pois a todo o custo meu inquisidor desejava saber o que significava a palavra bijo.

- Bijo? – e eu sei lá, “seu” padre!

- Sabe sim, pois se você mesmo foi quem escreveu’ Aqui está sua assinatura.

Meu inocente poema tinha caído nas mãos da madre superiora do colégio Nossa Senhora do Carmo.

Cada vez mais irritado o padre Cassiano sentenciou: ou você me diz o significado da palavra bijo ou vai ficar de castigo até as 14 horas.

Desesperado, e já antevendo a bronca que receberia ao chegar tarde em casa, confesso que choraminguei. O padre, afinal, era realmente malvado. Aliás, o que tinha de baixinho tinha de brabo.

Contudo, Santo Antônio foi bom comigo. Na hora foi passando meu professor de Português, o saudoso Olegário que, percebendo o pesado interrogatório que eu estava sendo submetido interessou-se pela conversa, pedindo ao padre para dar uma olhada na peça acusatória.

- Ora, padre Cassiano! Vê-se logo que foi um simles erro de datilografia. A palavra que Sílvio pretendia datilografia era beijo, para que simasse com desejo. E não bijo, que não tem significado na ossa língua. Aliás – arrematou – o soneto até que não está mal.

Ainda cheguei em tempo de alcarnçar a gororoba da mamãe.



domingo, 9 de junho de 2013

Essa me pegou


Meu amigo e leitor Welington Leiros enviou-me um e-mail muito engraçado, em torno dos parâmetros atuais da DESeducação do país. Contudo, a frase final não tem graça nenuma, e sim,´é motivo de grande reflexão. Ei-la.

“Muitos estão se preocupando com o tipo de planeta que estamos deixando para os nossos filhos, entretanto deveríamos nos preocupar com o tipo de filhos que estamos deixando para nosso planeta.

Confesso que praticamente nada sei sobre a problemática educacional pelo mundo a fora. Porém em relação ao Brasil, a frase chama atenção e cala fundo.

Estamos vivendo um verdadeiro paradoxo social. A cada passo que estamos desenvolvendo leis modernas e até certo ponto revolucionárias, entretanto nossa educação (ou deseducação) vem ganhando destaque em todos os sentidos. Por exemplo: proibimos crianças e jovens adolescentes de exercer atividades trabalhistas, mas não sabemos o que fazer com eles nas suas (quase totais) horas vagas.

Dizia minha santa avó que cabeça de desocupado é oficina do diabo.