ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

jsc-2@uol.com.br


domingo, 27 de maio de 2012

O circo dos horrores

Não simpatizo (mesmo) com o ministro Gilmar Mendes. Desamor á primeira vista. Mas o que ele acaba de declarar na mídia é muito sério. A proposta que o ex presidente Lula lhe fez, se verdadeira, é mais um escândalo contemporâneo. Recheado de uma tentativa de chantagem, segundo ele Gilmar, de logo repelida, em relação ao encontro que manteve em Berlim com o ex-arauto da moralidade brasileira, Demóstenes Torres.


Creio que caberia a Lula, no mínimo, desmentir as declarações do ministro. Simplesmente não comentar cai no chavão antigo do ‘quem cala, consente’.

Será que o ministro é tão maluco a fim de fazer uma denúncia graciosa como a que está estampada na Veja desta semana?

E será quie Lula ainda não sabe de nada?

O cerne da questão levantada é: o ministro providencia o adiamento do Mensalão e em compensação Lula não denuncia o encontro que ele manteve em Berlim com o ainda senador Demóstenes Torres.

Bem, à primeira vista, a presidenta Dilma não tem nada a ver com isso. Graças a Deus e ainda bem.

Sei não, mas acho que ainda vai rolar muita lama por baixo da ponte.



terça-feira, 22 de maio de 2012

Salada de frutas

A CPI da cachoeira lembra uma salada de frutas.


Dizem que Lula, o ex, foi quem mexeu com os pauzinhos para a realização dela. Ao mesmo tempo, seu ex-ministro da Justiça, o grande Tomaz Bastos, foi contratado para defender o famoso bicheiro.

O bicheiro, bem ou mal orientado pelo ex da Justiça fechou o bico, a ponto de irritar a já irritada por vida Kátia Abreu.

Que o doutor Tomaz Bastos é um advogado competente, ninguém tem dúvida. Não sei em relação à ética. Contudo, não é ele quem está em julgamento.

Que o Cachoeira é um cínico, ninguém duvida. Afinal, é um dos pré-requisitos de todos marginais que se locupletam com o que pertence ao alheio.

Enfim, dizem que a CPI não vingará, porque que Lula deu um tiro no pé. Aí, tudo virou uma salada de frutas. Muitas frutas.

sábado, 19 de maio de 2012

João e Mariazinha


Os nomes são fictícios, mas a história é verdadeira. Ocorreu na semana que passou, em São Paulo.

João era o pai de Mariazinha, a qual conava com apenas 9 anos de idade. Filha única, não podia ver o pai que saia correndo para abraçá-lo e beijá-lo.

João é motorista de camnhão. Estava dirigindo o veículo e, chegando perto de sua casa, Mariazinha largou a mão da mãe e saiu correndo para pegar uma carona na carroceria do caminhão. Escorregou, caiu, teve o crânio esmagado e morte imediata. Os pais estão inconsoláveis. Tragédia medonha.

E por que estou repassando essa história tão triste?

Por que nosso mundo está tão cheio de lamentações tolas, tão, vazias, tão fúteia, que é bom pararmos um pouco e refletir na dor que tomará conta de João para o resto da vida. Esta, sim, dor incurável, que só Deus pode dar jeito.

Não bastasse tanto, o delegado das redondezas está pensando se vai abrir ou não inquérito para apurar a "culpabilidade" de João. São os rigores das leis dos homens, que às vezes se pretende acima das leis de Deus.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Delação premiada - A problemática

Delação premiada – A problemática




Autor: Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com .br)



Há cerca de dois anos o juiz federal e grande articulista Ivan Lira, em artigo publicado aqui, no Jornal de Hoje, deixou transparecer sua angústia em relação à hoje adotada delação premiada. Em seu escrito, fez referência ao peso da toga a que jurou defendera, mas também à formação ética que que recebeu de seus pais. Tecendo considerações enquanto juiz e enquanto cidadão que é, chamou atenção para o dilema: o juiz que obrigado a cumprir as leis vigentes é o mesmo que se debate, por vezes, com a própria consciência, por motrivos da próopria formação. É verdade que os tempos são outros, mas o homem, em si, é o mesmo, nada muda em sua essência.

Com efeito, chama atenção ao observador leigo o estrago que a delação premiada por vezes causa, sem que se possa verdadeiramente confiar, à primeira vista, nas informações prestadas pelo “alcagüete”. Este, um desmoralizado por natureza, só tem a lucrar ao trair seus supostos comparsas. E não se pode negar que embora cause um certo constrangimento, lucra também a sociedade, que de outro modo nem sempre teria acesso à verdade dos fatos criminosos ocorridos.

O problema reside é na sinceridade ou não do relato do traidor, isto é, até que ponto ele está sendo justo em relação às pessoas por ele delatadas.

Dependendo, pois, do caráter do delator, novos crimes poderão estar sendo cometidos por ele mesmo, com o fito de obter a indecorosa premiação. Muitos estragos pessoais poderão ser causados em nome de uma Justiça que, no seu afã de atingir o Direito, poderá praticar verdadeiras injustiças, não dando a cada um o que é seu, mas o que é mais conveniente no momento.

Bom, mesmo, era o grande inesqueível Cascudo (Luís da Câmara), que, ao longo de sua vida sempre adotou um lema diametralmente oposto à delação premiada. Ou seja, ele sempre defendeu e praticou o que denominava de intriga benéfica.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O espirro


No começo do mês passado estava prestes a fazer a famosa cirurgia de redução de estômago. O último laudo que permitia a operação foi liberado pelo pneumologista, o competente Dr. Sérvulo Azevedo, que mantém consultório no Hospital do Coração.

Coincidentemente, no dia seguinte à liberação do laudo apanhei uma corrente de ar que me fez espirrar.

O tal espirro produziu em mim uma dor aguda, estranha, na região toráxica, como jamais havia sentido ao longo da vida.

Diante do inusitado fenômeno, resolvi retornar ao pneumologista, o qual reexaminou meu quadro, chegando ate a desconfiar de alguma costela quebrada.

- Bem amigo – comentou comigo – aparentemente você não está com qualquer problema na região toráxica. Mas por prudência vamos suspender o laudo que liberei e agora mesmo vou lhe encaminhar para fazer uma tomografia do tórax. E por enquanto, vamos suspender a liberação para a cirurgia bariática.

Resumindo: a tomografia revelou um pequenino nódulo no lobo inferior do pulmão, aparentemente insignificante. O laudo tomográfico, por sua vez, apesar de registrar o pequenino nódulo nada conseguiu esclarecer.

Repetida a tomografia, três meses após a primeira, o pequeno nódulo lá estava, na mesma posição, o mesmo tamanho, como se fora uma figura decorativa.

Doutor Sérvulo, na mesma tarde, encaminhou-me ao Dr. Hylas Pereira, que, em sendo seu vizinho de consultório, tomou as providências cabíveis ainda na mesma tarde.

Enfim, e para não cansar o leitor: o nódulo, uma vez biopsiado, revelou simplesmente que eu era portador de um câncer de pulmão, o qual foi totalmente estirpado, graças a Deus e à equipe do doutor Hylas.

Como sou ex-fumante, ainda assim atribui o fato apenas a ser um fumante passivo, contudo fui informado que, apesar de já haver deixado de fumar há vinte e cinco anos, ainda assim minha chance de adquirir um câncer por causa do antigo hábito tabagista era o dobro em relação a uma pessoa que jamais fumou.

Sinto-me bem, atualmente. Agradeço ao apoio que recebi, além da equipe do doutor Hylas, da prestimosidade dos doutores Marcos Vinício (endocrinologista Unicad) e ainda dos doutores Vicente Modesto (Natalcor) e do doutor Genibaldo Barros (Hospital São Lucas). Aproveito a oportunidade para elogiar a competência, profissionalismo e carinho do corpo de enfermagem do pavilhão Santa Terezinha, do referido hospital, bem como à equipe da Unimed que fez todo o atendimento em minha residência, após a alta hospitalar.

Por falar nisso, alguém deseja um cigarrinho?