ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Luta de Titans


      Refiro-me à disputa que está ocorrendo entre dois grandes líderes religiosos: Valdomiro e Edir Macedo.

         No meu tempo de menino era inegável um forte preconceito que existia entre católicos e protestantes. Os papas mais modernos trataram de aplainar as arestas, pelo menos aqui no Brasil.

         Contudo, mesmo naqueles idos meu pai, católico de convicção e crença permitia que de vez em quando em frequentasse a Igreja Baptista da Capunga, acompanhando meu colega Paulinho e seus familiares, que eram protestantes. Assim, logo cedo eu ia ao culto católico, na Igreja da Torre, no Recife, e por volta das dez horas acompanhava Paulinho e seus pais.

         Relato essa recordação para poder estranhar que os grandes representantes protestantes da atualidade brasileira estejam à beira das vias de fato.

         Sei não, mas acho que admirava muito mais os crentes daqueles tempos. Então não havia propaganda, nem estardalhaços milagrosos. As igrejas eram pobres, os óbolos modestos, raramente ouvia-se programas religiosos radiofônicos e televisão, nem falar.

         Hoje em dia (aliás, incluindo a igreja católica) a religião tem virado espetáculo (veja-se o padre Marcelo Rossi).

         Enfim, estamos a presenciar espetáculos, em todos os sentidos, que até Deus duvida.

         Tomara que a briga dos Titans dê empate...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O "Dia do Professor" de antigamente

Minha primeira professora foi minha saudosa mãe. Com ela aprendi as primeiras letras, entre Aracajú e Salvador. Depois, minha primeiras e inesquecíveis professoras foram dona Sirene e dona Mariana. Depois, fui crescendo e conhecendo outros inesquecíveis mestres, como meu próprio pai, os professores Luís Oliveira, André, Alto Nadler, Olegário, Aluísio Epitácio, Sá Barreto, Jaime Rito, Bento Carvalho.... Já na Faculdade recordo Sérgio, André, Bezerra, padres Torres, Aluísio Mosca, Franciscus Haasen, os irmãos Coelho (Introdução, Direito Civil e Economia),


além de outros cujos nomes no momento não correm, mas que estão perfeitamente impressos na minha lembrança, como o rofessor de direito administrativo, de direito tributário, de direito comercial. Levando em conta meus mais de quarenta anos de afastamento dos bancos escolares, é comreensível que não guarde todos seus nomes na memória, mas juro que estão perfeitamente guardados no fundo da minha alma e do meu coração.

Professor naqueles idos eram reverenciados não só pelo saber, mas pelos bons exemplos que nos davam. A começar pela própria apresentação. Normalmente, palitó e gravata. No mínimo, e a depender a matéria, utilizando jaleco ou outra indumentária apropriada.

- Sandália japonesa? – Nem pensar!

Quando o professor adentrava a sala de aula os alunos ficavam em silêncio e respeitosamente levantavam-se em sinal de respeito.

O Dia do Professor era repleto de manifestações, tanto por parte dos alunos como por parte dos professores mais novos em louvor dos mais antigos.

Particularmente, à noite, dona Maria, esposa do professor Bento Ferreira de Carvalho oferecia um distinto jantar em homenagem ao meu saudoso pai, do qual participei de muitos deles, já na qualidade também de professor.

Enfim, como esquecer o Dia do Professor daqueles idos?

E como deixar de lamentar os dias de hoje?

Como acreditar num país que está a desconstruir tão imortante peça do tecido social?