ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Micarla - antes, durante e depois


       Antes, Micarla foi a grande expectativa do povo natalense. Promessa de renovação e de inovação, apoio do senador Agripino e do anti-discurso de Lula em Ceará-Mirim. Resultado, logo no primeiro turno assumiu o futuro da nossa cidade pelos quatro anos vindouros.
         Porém, antes mesmo de concluir seu segundo ano de governo Micarla já era uma tragédia anunciada. Natal já mostrava sanais de debilidade administrativa. Era o durante.
         Depois, prestes a terminar o mandato, Micarla praticamente entregou os pontos. O secretariado por ela escolhido e reescolhido demonstrou incompetência e inexperiência em praticamente todos os setores, apesar da bombástica propaganda de seus feitos. As estradas de Natal se tornaram uma verdadeira tábua de pirulito, de tantos buracos. Ponta Negra, nem se fala. Uma calamidade.
         A própria Micarla praticamente pediu para sair, alegando motivo de doença.
         Esperamos todos que nunca jamais em tempo algum ela seja tentada a reingressar no mundo da política executiva. Afinal, fomos nós os executados.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O vencimento dos Juizes do TRT do RN



            O Tribunal Regional do Trabalho do nosso Estado, pensando que estava a cumprir a determinação da transparência, obrou um grande desserviço à imagem da magistratura trabalhista local, divulgando lista de vencimentos e atrasados de um mês completamente atípico (junho), quando inúmeros juizes, inclusive eu, apesar de aposentado, recebemos aparentemente numerários bem aquém do teto legal.
         Em verdade, se se observar com cautela os contra cheques, verificar-se-á que se trata de uma verba atrasada, de anos a fio. Tudo de acordo com a lei, no mais estrito sentido da palavra.
         A confusão criada perante a mídia local deve-se à própria incompetência da divulgação da lista em mês atípico e sem a devida ressalva, e como a primeira notícia é a que mais impressiona, eis o vexame instalado.
         Minha matrícula é a de número 008, portanto, sou um dos fundadores do nosso TRT e até outubro de 2010, quando me aposentei, posso declarar, sem medo de errar que o nosso Tribunal nunca conviveu com escândalos relativos a malversação do erário público.
         Tanto os ex-presidentes como as equipes de trabalho com quem convivi mais de perto são dignos do maior respeito e consideração e em relação à atual administração nada posso dizer, mesmo porque ainda está em andamento. Mas a própria informação (ou desinformação) foi fruto, no mínimo de uma ingenuidade administrativa e que em nada deslustra a seriedade dos meus antigos colegas de trabalho.
         É preciso que a sociedade norte riograndense faça Justiça ao nosso  Tribunal, que bem serve de exemplo  de probidade administrativa até hoje para o resto do País.

Qual deles é o pior?


         Como já era mais ou menos esperado, a água secou e a única coisa que Cachoeira declarou perante o Juiz foi o amor que dedica a sua querida  namorada (?) e futura esposa.  No mais, nada a declarar. E ainda deu uma de jurista, alegando que o processo que o transformou num “leproso jurídico” era inepto.
         Portanto, a sociedade brasileira está a assistir ao martírio de um novo santo, o São Cachoeira.
         Sei não, mas acho que isso é um ligeiro indicativo de como terminará a CPMI – água de cachoeira.
         Mas Cachoeira está colhendo fruto dos milhões que pagou a um dos melhores advogados do Brasil, pois ética à parte, o homem é um danado mesmo. Capaz de dar nó em pingo d’água, e ainda mais sendo um dos homens mais bem informados na área criminalista do País, já que era ministro da Justiça do governo Lula e por via de conseqüência superior hierárquico da polícia federal, naturalmente  que por dever do próprio ofício já possuía informações privilegiadas sobre aquele que viria a ser seu futuro cliente. Acho que isto é óbvio como o nascimento do sol amanhã.
         Enfim, Cachoeira está realmente bem orientado e sabe o que está não dizendo.
         Felizarda é a atual mulher e futura esposa dele, que recebeu diante da platéia nacional a bombástica declaração de amor.
         Tenho pelos advogados em geral o maior respeito, pois como eles, fui também um dia operário do processo judicial. Só não admiro os advogados bandidos. Aliás, não aprecio nenhuma espécie de bandido.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A chegada do 'gato magro"! no céu


         Eram três concunhados. Pela ordem de antriguidade, meu saudoso pai, João Maracolino e Severino Queiroz, apelidado entre os íntimos mais antigos de “gato magro”.
         O apelido adveio de uma anedota que Queiroz de vez em quando repetia a nosso pedido, pois ele era impagável ao conta-la.
         Eles não eram idênticos, mas perfeitamente identificados; muito diferentes em certas coisas, mas bem assemelhados no fundamental. Homens de origem humilde e que graças ao seu esforço e inteligência criram as respectivas famílias com mujito amor, dedicação e zelo.
         Cada um na sua esrfera foi trabalhador exemplar. Meu pai como professor e militar; Severino Queiroz como exemplo de publicitário de sucesso e João Marcolino como um trabalhador braçal e humilde, o faz tudo do resto da família.
         Tais reflexões me vieram à memória assim que soube hoje do encantamento do último deles, justamente o “gato magro”. Embora tenha sido o mais longevo deles, todos torciam pela sua recuperação. Mas quando a hora é chegada, vamos todos afinal.
         Lembrei-me das inúmeras festinhas que organizavam, quer no Natal, quer no Carnaval ou mesmo em viagens, como por exemplo, a que fizemos de trem para São Severino do Ramos, no município de Carpina, se não me falha a memória.
         Que dia inesquecível! Tia Vivi (esposa de Marcolino) e minha mãe eram as mais chegadas às prendas domésticas, já que a tia Janete, então relativamente recém casada, dedicava suas melhores horas do dia ao trabalho nos Correios e Telégrafos.
         Chegamos a São Severino por volta das 10 horas e João Marcolino foi logo conseguindo com um desconhecido uma enxada que levou para a beira de um lindo riacho e ali limpou a relva para que erguêssemos nosso acampamento.
         Galinha torrada com farofa era a grande atração do dia. Para os homens, cerveja e vinho quinado; para as crianças, suco de frutas; e para as mulheres um pouco de meladinha (cachaça com mel de abelha e limão).
         Primeiramente fomos visitar a Igreja. Salvo engano, minha mãe aproveitou para pagar uma promessa relativa a uma promoção que mau pai recebera. Após a missa finalmente voltamos ao acampamento e tomamos banho no riacho a valer, até a hora da volta do trem que passaria às 16 horas de volta ao Recife.
         Acho que hoje vai haver uma bagunça no céu, quando os três concunhados se encontrarem.


        

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ronaldo Cunha Lima

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Os senadores da República passaram a tarde de ontem tecendo loas a Ronaldo Cunha Lima, falecido sábado passado. Os destaques foram justos e merecidos, posto que foi uma grande personalidade e que muito honrou nosso empobrecido mundo político. Destacou-se também, além da sua política e brilhante trajetória, sua verdadeira vocação literária, notadamente no mundo da poesia.

Portanto, de pouco adiantaria tecer mais loas ao grande Ronaldo. Prefiro relembrar as poucas vezes em que tive a honra de estar pertinho dele, já em cadeira de rodas, fisicamente vencido. Só uma coisa nele não estava vencida: a viva expressão do seu olhar e sua perspicácia. Um craque.

Eu era um fã incondicional de Ronaldo desde os idos da década de sessenta, quando ele participou do programa O Céu é o Limite, produzido pelo artista J. Silvestre, salvo engano, na antiga televisão Record.

Por artes do destino, um dia fui a ele apresentado, já agora, na década atual, na casa do seu primo-irmão, nosso Diógenes da Cunha Lima nas circunstâncias que já declinei acima.

A meu ver o traço mais marcante de Ronaldo foi o fato de ele representar a síntese do homem Nordestino. Por vezes, rude, por vezes inteligente, esforçado, espirituoso, contemplativo e macho.

Adeus Ronaldo, continuarei sendo seu fã pela vida afora.

domingo, 1 de julho de 2012

/ permanente crise da saúde do RN









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Numa atitude até onde eu sei inusitada a seccional do Conselho Regional de Medicina do nosso do nosso Estado acaba de dar início a um processo judicial contra o governo, tendo em vista o descalabro cada vez pior do Hospital Valfredo Gurgel.


Não sei se o processo vai atingir seu objetivo. Talvez não, pois em batalha jurídica nunca se pode prever quem será o ganhador. E com as miríades de recursos que nossa legislação prevê, não se sabe se a atual geração conhecerá o resultado final.

Enquanto isso, o povo mais necessitado vai morrendo à míngua. Relato insuspeito, posto que produzido pelos próprios médicos daquele nosocômio. E como não bastasse seus depoimentos, as imagens que foram gravadas e transmitidas pelas televisões locais são de cortar o coração, eis que doentes que mereciam estar ocupando espaços de unidades de terapia intensiva estão literalmente jogados pelo chão dos corredores da instituição. Se em vez de gente se tratasse de animais irracionais, talvez a grita da sociedade protetora dos animais obtivesse melhor resultado.

O que causa em mim maior espanto é o fato de nossa atual governadora ser uma médica.

Será que alguma vez em seu governo ela já teve a curiosidade de visitar as dependências do nosso maior hospital público?