Eram três concunhados. Pela ordem de antriguidade, meu saudoso pai, João Maracolino e Severino Queiroz, apelidado entre os íntimos mais antigos de “gato magro”.
O apelido adveio de uma anedota que Queiroz de vez em quando repetia a nosso pedido, pois ele era impagável ao conta-la.
Eles não eram idênticos, mas perfeitamente identificados; muito diferentes em certas coisas, mas bem assemelhados no fundamental. Homens de origem humilde e que graças ao seu esforço e inteligência criram as respectivas famílias com mujito amor, dedicação e zelo.
Cada um na sua esrfera foi trabalhador exemplar. Meu pai como professor e militar; Severino Queiroz como exemplo de publicitário de sucesso e João Marcolino como um trabalhador braçal e humilde, o faz tudo do resto da família.
Tais reflexões me vieram à memória assim que soube hoje do encantamento do último deles, justamente o “gato magro”. Embora tenha sido o mais longevo deles, todos torciam pela sua recuperação. Mas quando a hora é chegada, vamos todos afinal.
Lembrei-me das inúmeras festinhas que organizavam, quer no Natal, quer no Carnaval ou mesmo em viagens, como por exemplo, a que fizemos de trem para São Severino do Ramos, no município de Carpina, se não me falha a memória.
Que dia inesquecível! Tia Vivi (esposa de Marcolino) e minha mãe eram as mais chegadas às prendas domésticas, já que a tia Janete, então relativamente recém casada, dedicava suas melhores horas do dia ao trabalho nos Correios e Telégrafos.
Chegamos a São Severino por volta das 10 horas e João Marcolino foi logo conseguindo com um desconhecido uma enxada que levou para a beira de um lindo riacho e ali limpou a relva para que erguêssemos nosso acampamento.
Galinha torrada com farofa era a grande atração do dia. Para os homens, cerveja e vinho quinado; para as crianças, suco de frutas; e para as mulheres um pouco de meladinha (cachaça com mel de abelha e limão).
Primeiramente fomos visitar a Igreja. Salvo engano, minha mãe aproveitou para pagar uma promessa relativa a uma promoção que mau pai recebera. Após a missa finalmente voltamos ao acampamento e tomamos banho no riacho a valer, até a hora da volta do trem que passaria às 16 horas de volta ao Recife.
Acho que hoje vai haver uma bagunça no céu, quando os três concunhados se encontrarem.