ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

jsc-2@uol.com.br


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Do suplício de Donadan ao empréstimo do ministro Toffoly


                Pobre de sua “excelência”, o ilustre deputado Donadan. Sofrendo horrores no presídio de Tremember (não sei se o nome é esse mesmo). Segundo seu próprio relato, não falta chuveiro elétrico e a comida deixa muito a desejar.

                “Estou sofrendo horrores” – declarou choramingando aos seus outros iliustres pares que, com pena dele, mantiveram-lhe o título, embora preso. E como deve permanecer preso, a excelência dele custará à nação mais R$ 3.600,00 mensais, que é o preço de um presidiário.

                Mas Dodnadon foi humilde. Agradeceu genoflexo às outras esxcelencias pelo “beau geste”. Acho que deveria  ser chamado, doravante de deputado Danadão.

                Sei não, mas acho que o cinismo dos nossos ilustres representantes é tão grande que nem o voto aberto será mais suficiente para moralizar o nosso Congresso.

                E por falar nisso, acho que ninguém tem nada a ver com a movimentação financeira da outra excelência, o ministro Toffoly. Cabe à Receita Federal desvendar a mágica.

                O que não se explica é a cara de pau do mesmo ministro ser relator de um processo que envolve o Banco que lhe emprestou a dinheirama.           Creio que nem o ministro Levando-não-sei-o-quê teria tanta coragem.

                Já pensou o ministro Toffoly quando chegar à presidência daquele sodalício?

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Joaquim versus Levandowsky

Joaquim, o ministro, veio de baixo. Levandowsky, não sei de onde veio.


Muitos justificam os rompantes do ministro Joaquim alegando sua sofrida e brilhante história de vida. Vou até mais além: ranços, provavelmente, de pruridos da antiga senzala.

Levandowsky não. Olhos verdes da cor verde do mar, nariz aquilino, europeu até no nome, frio, polido e calculista, vem torrando a paciência do ministro Joaquim exatamente por que percebeu onde minar sua psicologia. O resultado é o que estamos a presenciar, ao vivo e em cores.

Fora o ministro Joaquim mais morigerado em suas atitudes e desabafos, Levandowsky não levaria vantagem, a vantagem seria nossa, povo brasileiro.

O ministro Joaquim é destemperado, ao passo que o ministro Levandowsky é frio e calculista.

Quem ganhará nessa contenda.

Por enquanto, só sei que sairá perdendo: nós, o povo brasileiro.



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ficção e quase realidade

Juan Rivera, médico, recém formado em Cuba, aproveitou a deixa e se mandou para o Brasil. Iria se inscrever no programa que o nosso governo oportunizou para médicos estrangeiros.


Após duas semanas de um curso intensivo de adaptação foi assumir o posto de saúde nos arredores do município de Quixadá, no interior cearense.

Logo no primeiro dia recebeu a primeira paciente, dona Quitéria.

- Buenos dias!

A velhinha tomou logo um susto de saída, pois não sabia que diacho era esse tal de buenos. Mas não se fez de rogada.

- O sinhô é qui é o doto bueno?

- Non, senhora, mi nombre és Juan Rivera. Pero diga lo que siente.

- Realmente, doto, não estou podendo sentar, não sei como o sinhô já adivinhou. Acontece que onte levei uma queda do jumento, quando fui apanhar água no açude, bati com o quengo numa pedra e danei a bunda no chão, machucando a bunda e o chibiu.O pior foi que segurei a queda com a munheca. Acho que desmenti, pois até no suvaco passei a sentir uma dorzinha.

Bem, não acompanhei o resto da história, pois o doutor Juan Rivera, suando frio, deixou o jaleco lá mesmo na cadeira e com o restinho das economias que trouxe da ilha se mandou de volta.

- O que foi que houve? – perguntou Fidel.

- Desisti comandante. Minha prineira paciente não era brasileña. Acho que era marciana. Aquilo é um país de doido.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A luta de Valério e o destino do Instituto Histórico e Geográfico






O escritor Valério Mesquita enfrenta uma luta quixotesca, tentando salvar o patrimônio do nosso Instituto Histórico e Geográfico.

Assumiu a presidência da instituição consciente dos problemas que teria que enfrentar. Só não imaginou a magnitude dos percalços que teria que enfrentar.

A diretoria por ele liderada conta com intelectuais da maior competência e boa vontade. Contudo, como dizia a velha piada jurídica, “sem verba o verbo não sai”.

Realisticamente falando, fica muito difícil, num Estado falido como o nosso, contar com verbas públicas. Afinal, a crise da segurança pública, da educação e da saúde falam por si sós. A essa altura, pensar que os governantes vão se preocupar com a biblioteca e o próprio edifício do IHG é pura quimera.

Valério está apelando até para os amigos mais próximos e os admiradores em geral da cultura norte-riograndense. Um verdadeiro sacerdócio, já que num estado de coisas que estamos vivendo as preocupações tomam outros rumos.

Resta apelar para que a dedicação de Valério venha a ser reconhecida imediatamente, antes que o destino de tão importante instituição cultural não sucumba. O que, aliás, falta pouco.



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Augusto Maranhão e o Papagaio de Pirata

Augusto Maranhão e o Papagaio de Pirata

Refiro-me a Augusto Maranhão. Natalense intelectualmente irrequieto, filho de família tradicional do nosso Estado, produtor e diretor de um programa independente que vive a prestar ao Rio Grande do Norte inestimáveis serviços em prol da cultura e da história local e, por que não dizer, Nordestina.


Incansável em sua luta pela restauração da memória da presença norte-americana na Segunda Guerra em nosso Estado, há anos que Augusto lidera um grupo, pequeno porém operante, clamando às autoridades em geral para que se promova o museu da rampa, a fim de manter viva a memória daqueles idos.

Agora, após tanta luta, as autoridades enfim parece que vão atender a tão patriótico apelo. Pena que não se mencione, nem de leve, o nome desse bravo nordestino e patriota, principal responsável por esse futuro monumento. Em seu lugar, o que aparece na mídia é um autêntico “papagaio de pirata”, todo engravatado e com pinta de artista, a desfilar a grande novidade.

Parabéns Augusto, você não apareceu no filme, mas quem é da terra sabe que você foi quem venceu.

Nosso Rio Grande algum dia há de lhe fazer justiça.