ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

jsc-2@uol.com.br


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Pixaram Drummond


Um casal, provavelmente de namorados, foi fotografado pixando a estátua de Drummond.

Se vivo fosse, nosso poeta possivelmente faria uma ode ao casal. Talvez até agradecendo o gesto, pois assim são os grandes poetas. Verdadeiros alquimistas, transformam bosta em estrume, que fazem as flores se tornaram mais belas e viçosas.

Por falar em bosta, tanta merda solta nesse país sem futuro, foram logo pixar Drummon, que não tem nada com o que está acontecendo entre nós. Ali, sentadinho, pernas cruzadas, pensativo, não mexe com ninguém.

Pois é, poeta, agora, não é mais uma pedra que existe no seu caminho, é simplesmente um casal de ignorantes que bem retratam o que está acontecendo no nosso país.

Não mais posso formular-lhe votos de feliz natal, mas você merece muito mais. Votos de feliz eternidade!

sábado, 14 de dezembro de 2013

Kristal e Marina


 

         Não é a primeira vez que elogio o talento e a beleza de Marina, mas é a primeira vez que falo sobre Kristal.

         Não é de hoje que admiro Kristal. Mulher do povo e que canta para o povo, olho no olho, sem frescura, tocando pandeiro e divulgando como ninguém nosso coco de roda.

         Contudo, como Marina, Kristal tem um grande defeito, nasceu e teima em continua vivendo no Nordeste. E o que é pior, no Rio Grande desvalido do Norte.

         Marina dá um show quando interpreta as composições do avô e grande parceiro de Luiz Gonzagão, o grande Zé Dantas. Porém Zé Dantas só fez sucesso graças a Gonzagão que de gibão e alpercata se mandou de Exú e foi enfrentar, cara a cara, os cariocas. Coragem ou necessidade, não sei, o certo é que se Gonzagão tivesse ficado cantando por aqui, nas feiras do Nordeste, não tinha passado de dez mil réis.

         O mesmo, aliás, diga-se de Sivuca.

         Esse negócio de participar de um outro programa no Sul-Sudeste de pouco adianta, mesmo porque a manipulação salta aos olhos.

         Sabe como eles nos chamam por lá? Paraiba, simplesmente paraiba.

         Por que os novos bahianos fizeram sucesso? Por que saíram da Bahia e foram desfilar na avenida São Joao.

         Pois é Kristal, eu soube que até a música que você cantou na ultima apresentação não foi escolhida por você, mas lhe foi imposta pelos ‘entendidos’ de lá. Uma pena. Mas não se amofine, você tem valor, tem talento e tem um homem ao seu lado que acredita em você. Ainda que por acaso você não volte a brilhar como merece, a nível nacional, você é um cristal que pode até trincar, mas não se quebra.

         Parabéns sempre. Às duas.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Balaio de gatos ou farinhas do mesmo saco?


                Quando eu era menino ouvia muito as expressões: farinha do mesmo saco, e balaio de gatos.

                Passei anos pensando se tratar de locuções parecidas. Depois entendi perfeitamente a diferença. Farinha do mesmo saco é farinha igual, seja de primeira ou de segunda qualidade. Já balaio de gatos pode compreender no seu conteúdo gatos de raça ou gatos assemelhados aos cães vira-latas. Portanto, gatos aceitáveis e gatos nem tanto.

         Viajando em companhia da presidenta Dilma, amanhã, os ex-presidentes Fernando Henrique, Fernando Collor e Lula da Silva. Tudo no mesmo avião e tomando do mesmo whisky. Rumo às homenagens ao grande Mandela.

         Lá se vão farinhas do mesmo saco ou é um balaio de gatos?

 

 

 

domingo, 1 de dezembro de 2013

A aprovação dos petistas honestos


         Quase noventa por cento dos petistas aprovaram, através de confiáveis pesquisas de opinião a atuação do ministro Joaquim Barbosa em relação ao processo dos chamados mensaleiros.

         Considerando que o Partido dos Trabalhadores não surgiu artificialmente, como a maioria dos partidos, mas tem origem e legitimação na massa da classe operária, não é de se estranhar.

         O operariado em geral, em qualquer país, é constituído de pessoas pobres, mas que fazem do trabalho seu meio de vida. São pessoas em princípio honestas, simples e de bons propósitos.

         Daí, não se deve confundir os petistas em geral com o PT oficial. Este, sim, sofisticou-se e pretendeu se eternizar no poder, daí o projeto corruto de Zé Dirceu et caterva.

         Nenhum petista de boa índole, do bem (não confundir com  os de bens) discordarão por certo da atuação do ministro Joaquim, ainda mais que ele mesmo teve suas origens na classe operária.

         Afinal, esses quase noventa por cento das pesquisas honram, sim, o PT original e repudiam a corrupção, como soe acontecer com a imensa maioria do povo brasileiro.

        

sábado, 23 de novembro de 2013

Genuino,,coitadinho


         O problema – graças a Deus – não era um prenúncio de infarto. Era pressão alta, como aliás é meu caso, mesmo fora da prisão. Com um remedinho, a pressão baixa.

         A mídia em geral preocupou-se com o estado de saúde do herói. Afinal, não é todo dia que um mensaleiro tem sua saúde afetada. Porém o rebate era falso. Dizem que foi apenas um pretexto, mais uma manobra causídica para ver se cola Genuino pagar a pena no recôndito do seu lar. Mesmo porque ficaria perto da família, dos filhos e dos netinhos. Essas coisas humanitárias.

         Já o Zé, com sua mania de limpeza, quer botar todo mundo da cadeia para fazer limpeza. Não sei se há por lá algum cofre. Como também não sei se limpeza é o mesmo que lavagem.

         E por falar em lavagem, a famosa transposição do são Francisco anda devagar, quase parando. Rachaduras no concreto, meia-sola em tudo quanto é buraco etc.

         Pra completar, enviaram-me um e-mail segundo qual o César da novela estaria prestes a cometer o suicídio, pois segundo os boatos, descobriu que bem poderia ser o pai de influente política.

         Quanta maldade!

         Estimo as melhoras do herói do Araguaia. O resto é apenas resto.

        

domingo, 17 de novembro de 2013

Frei José Maria do Amor Divino


         Final da década de cinquenta. Congresso Carmelita, se não me falha a já vaga memória. Até o nome do frei, já não o garanto. Vale a pena apenas pela lembrança.

         Lá em casa, apesar de pequena, meu pai hospedou umas hóspedes sergipanas que vieram para o evento. Dentre elas, uma que iria se apresentar na semana seguinte para adotar os votos de candidata a freira salesiana.

         O ápice do congresso foi num domingo. O parque 13 de Maio estava apinhado. Por volta das 16 horas, surge a grande estrela: nada mais, nada menos, que o Frei José Maria do Amor Divino, ou como o povo teimava em aplaudir e proclamar: o frei José Mojica.

         José Mojica, aos meus olhos de criança, era homem de uns 2 metros de altura, meio agalegado e, apesar das vestes sóbrias franciscanas impunha um porte atlético de chamar atenção.

         Os aplausos só minguaram quando foi anunciado que o frei iria cantar em homenagem aos antigos admiradores uma única música profana (Jura-me) e em seguida cantaria uma ave-Maria.

         Para os mais jovens, relato. José Mojica era um artista de cinema mexicano que, graças ao seu sucesso, logo foi transferido e adotado para a meca cinematográfica, que sempre foi Hollywood. Porém no auge da fama eis a reviravolta. José Mojica renuncia à fama e à fortuna e ingressa num convento franciscano, vestindo a sotaina inspirada no famoso santo.

         Eu era criança, mas lembro-me de uma senhora sergipana, solteirona, que estava perto de mim. Dela ouvi sem querer o seguinte comentário.

         - Meu Deus, acho que pequei. Eu já fui tão apaixonada por esse frade. Mas ela era apenas um grande artista de cinema e cantor famoso. Mas acho que continuo apaixonada por ele.

         Levei muito tempo para entender o espírito da coisa.

sábado, 16 de novembro de 2013

Pizzolato versus Cesare Batisti


                Embora o nome do facínora fosse italianado, de mim, jamais atentei para a possibilidade de uma duplicação de nacionalidade. Contudo, duvido muito, sinceramente, que a nossa Abin não tivesse em informação nos seus arquivos. Portanto, simplesmente deixaram escapar um dos maiores manipuladores do mensalão.

                Por outro lado (há sempre o outro lado), o facínora Cesare Batisti foi acolhido entre nós. Será  lógico e plausível que a Itália agora, numa vingança diplomática, acolha o nosso mafioso por lá.

                Qual é o partido político brasileiro que sai ganhando, não sei, sei apenas que quem sai perdendo na história, mais uma vez, é o provo brasileiro.

                Pena que nenhum ministro do STF não tenha atentado para essa fuga.