domingo, 4 de setembro de 2011
O novo engodo oficial
Logo de início achei excelente a notícia. Mas depois vi o malogro da situação.
Acho que Lula não tinha ainda se mudado para Sumpaulo, quando o grande senador João Calmon pregava a revolução brasileira através da educação. Ninguém lhe deu ouvidos. A essa época, também, entre nós, vivia outro grande educador, o norte-riograndense Djalma Maranhão, que ousava dizer que era possível se alfabetizar e pôs em prática o “De pé no chão também se aprende a ler”.
Nos últimos anos pretendeu um senador, pernambucano de origem, seguir os passos de Calmon. Logo o apelidaram de "senador de uma nota só", pois praticamente só falava de educação. Resultado, Ministro da Educação de Lula, apresentou uma tese que era boa para o povo mas ruim de voto (bolsa escola). Moral da história: foi demitido pelo telefone.
Agora o governo Dilma acaba de anunciar a criação de mais de duzentas escolas técnicas e bem umas dez universidades por esses brasis afora.
Passado meu entusiasmo, perguntei-me?
- E onde estão os professores e professoras que irão povoar esses belos prédios?
E mais: - Há quantos anos deixamos de formar professores de qualidade?
- Há quantos anos nossos professores deixaram de usar paletó e gravata e passaram a usar sandálias japonesas na sala de aula?
Ninguém se iluda, o governo federal continua jogando para a platéia. Estamos entrando em nova geração perdida em termos de educação. Prédios e equipamentos nada acrescentam se não tiver a real “valorização do professor”que pressupõe: uma formação inicial sólida e formação continuada comprometidas com a aprendizagem dos alunos; condições de trabalho; e sálarios dignos que atraiam os jovens para fazerem carreira no magistério. O que vem sendo proclamado pelo Ministério necessita tornar-se realidade!
Se é bem verdade que o aluno deve ser o centro do sistema, entretanto o sistema jamais funcionará sem a participação de bons professores.
A manobra é muito antiga. Poucos se interessam por obras de saneamento básico, porque elas não aparecem nas vésperas das eleições. Melhor construir jardins e caiar muros.
No meu tempo de menino ser professor era um orgulho, para o professor e para a família dele. Hoje em dia, ser professor dá pena, para não dizer coisa pior.
Sem querer discutir o assunto, mas tendo que falar sobre ele, ultimamente uma promotora aqui do nosso Estado, fazendo referência à merenda escolar dos alunos declarou que, caso sobre merenda, os professores estão proibidos dela se servirem. “Que se jogue a merenda no lixo” – declarou. Não é assim! As professoras necessitam trabalhar três expedientes para manter-se e caso exista uma Lei Federal que necessita ser cumprida que a LEI contemple os professores!
O problema é que investir na melhoria do ensino propriamente dito é como trabalho de saneamento. Só aparece o resultado muitas eleições depois. Quem colhe os frutos são as novas gerações, e não os políticos atuais.
Mas de volta ao assunto e usando meu direito de contribuinte lesado, prefiro que a merenda escolar que sobre se destine aos pobres professores. Pelo menos isso.
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