Filósofos,
poetas e alguns menos cotados tentam explicar a vida por etapas, chegando mesmo
a querer compará-la às estações do ano. Assim, acostumam-nos a festejar, ao
início da jornada, em primaveras. Mas chega a um ponto que começam a escrever
sobre “o outono da vida”.
Como não sou
filósofo, mas sendo um aprendiz de poeta que gosta de filosofar por conta
própria prefiro raciocinar que o outono da vida começa quando cada pessoa quer
assumir essa estação.
Conheço
muitos jovens que já nascem velho, sem ideia, sem esperança, sem fé, sem
espírito de luta. Já começam no fim. Estes, sim, vivem a vida inteira o outono
da vida.
Outros –
podem até os menos avisados classificar-lhes de velhos – nascem e morrem
jovens, não importa a idade cronológica que ostentem nem os percalços que a
vida lhe ofereça. São pessoas que carregam em si sempre uma nova idéia, um novo
recomeço, que jamais perdem a esperança e que se alimentam de fé. São os
lutadores. Por mais que caiam, levantam-se e recomeçam como se nada conseguisse
atrapalhar-lhe os passos. Quando morrem, só morrem materialmente, pois
continuam vivos na memória dos que os conheceram. Caem de pé, como as grandes
árvores, mas antes de cair jogam suas sementes para que a terra germine novas e
frondosas árvores.
Por isso
mesmo não aceito que se proclame para os mais velhos, o rótulo de “outono da
vida”. Depende de cada um que se assuma velho. Prefiro acreditar que a vida é
uma eterna primavera, não importa a idade nem o tempo de vida. O tempo, como
diria o poeta, “é eterno enquanto dura”.
Viva, pois,
a primavera da vida!
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