ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ai de ti, Haiti... e de nós também






A tragédia do Haiti não para de crescer. Não sei se pura obra do destino da terra ou se a mãe natureza procurando se defender das agressões injustas de que está sendo vítima a séculos. A exploração do petróleo é só um dos pálidos exemplos que pode ser citado.

O certo é que quando ocorre fenômenos como esses que acabam de vitimar o já tão sofrido povo um fio de solidariedade perpassa por muitos que dos mais variados grupamentos humanos se apressam em tentar minimizar tão grande sofrimento. Às vezes por verdadeira solidariedade humana, como era o caso da doutora Zilda, às vezes por pura demagogia e caridade com o chapéu alheio.

O fenômeno é curioso, já que paralelamente, no dia a dia, parte da humanidade continua sendo chacinada, não por fenômenos naturais, mas pelo próprio lobo-homem.

Aqui mesmo no Brasil, só para dar um exemplo mais visível, estamos vendo diariamente nossa população sendo saqueada por alguns políticos, ou mesmo chacinada por inúmeros bandidos, diariamente, sem que nada possamos fazer pelo menos a curto prazo. E os fatos tornam-se tão corriqueiros que nem ligamos mais para os noticiários.

Hospitais que não prestam a devida assistência a uma população desvalida; policiamento inoperante por falta de apoio técnico; educação desleixada e da pior qualidade. São tantas as mazelas que não sabemos mais para quem apelar.

Assim, apesar da triste tragédia que envolveu o já tão sofrido povo haitiano, temos que nos lembrar também da triste tragédia que nos envolve no dia a dia, que se não ocorre, como lá, de uma só vez, como a explosão de uma bomba, sugere uma verdadeira sangria desatada, que diariamente se esvai, a olhos vistos, sem que possamos nada fazer para detê-la.

Os fenômenos entre nós se repete de uma maneira até irônica. As enchentes de São Paulo são resultados da própria incúria dos nossos governantes. As secas do Nordeste também. Problemas, inúmeros problemas, mas que justamente por serem problemas têm solução. Basta que tenhamos vergonha na cara e vontade política.

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