ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
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terça-feira, 19 de junho de 2012

Covardia ou realismo?

O juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pelas escaramuças da Operação Monte Carlo, que envolve o tal do Cachoeira e seus asseclas pediu remoção para outra Vara.


Chega agora ao noticiário que o juiz foi ameaçado e, temendo por ele e sua família, “tirou o time”.

A corregedora Calmon vai conversa com a Associação dos Juizes Federais e com o próprio. Ela, que é mulher de coragem, não admite covardia em nossa profissão.

O problema é aparentemente simples. Mas não é.

À primeira vista, se o ato do juiz é de pura covardia ele deveria ser afastado do cargo compulsoriamente, pois se ele não tem condições de julgar qualquer processo, não pode se dar ao luxo de escolher os processos que irá julgar por pura conveniência.

Agora, conhecendo os meandros da bandidagem que está assolando nosso país, o juiz pode ter se amedrontado temendo inclusive pela segurança de sua esposa e filhos. Talvez ele saiba mais do que ninguém que nosso sistema de segurança não está oferecendo segurança para ninguém nesse país. Compreensível, nessas circunstãncias, sua covardia.

Afinal de contas, num país em que Lula dá tapinha nas costas de Paulo Maluf em troca de um minuto e meio de horário eleitoral, ninguém está seguro.

De qualquer sorte, compreendo a justa apreensão do magistrado. Mas mudar de vara é apenas troca de problema. Já que ele não pretende enfrentar o problema de frente, melhor pedir para sair pela porta da frente.

Uma coisa serve de lição: a que ponto está chegando nossa pobre Nação.

E por falar em coragem e vergonha na cara, ainda bem que a paraibana Erudina não malufou.

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