ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Os caranguejos e as catástrofes


Na década de 1940 do século passado meu saudoso pai estava recebendo uma aula de Filosofia de um professor cujo nome não recordo quando, por volta das 22 horas adentra na sala de aula um caranguejo.

Moiçolas em pânico, os rapazes trataram de expulsar o animal servindo-se de uma vassoura, mas o professor interveio.

- Por favor, não maltratem o bichinho. Aqui, onde nós estamos, antigamente era um mangue. Portanto, ele está apenas tentando descobrir a antiga moradia, que nós humanos invadimos. Portanto, o invasor somos nós, não ele.

Lembrei-me dessa inocente história agora em razão das catástrofes que estão ocorrendo no nosso milênio em razão de deslizamentos de barreira, enchentes e outras “invasões” da natureza em nossa vida moderna.

Tais invasões tem destruído patrimônios e ceifado inocentes vidas humanas, como ocorreu recentemente em Angra dos Reis.

O caranguejo sergipano não passava de um aviso.

Recife da década de sessenta também foi vítima de duas poderosas enchentes do rio Capibaribe que, procurando seu leito natural, e não tendo como se expandir, invadiu ruas inteiras de casas que foram construídas em locais que a especulação imobiliária nascente tomou aos manguezais daquela cidade.

Aqui mesmo, na Natal dos nossos dias, tivemos há bem pouco a invasão de águas de uma lagoa na estrada da chamada Rota do Sol.

É a natureza cobrando de modo às vezes incruento os espaços que lhe são tomados em função de três fatores: falta de planejamento urbano; falta de fiscalização dos órgãos públicos ditos competentes; e finalmente, falta de educação do povo que entope galerias entupindo-as com lixos ou promovendo construções desordenadas.

Possuo entre os meus alfarrábios a carta que o índio Seatle remeteu ao presidente Franklin Pierce, dos Estados Unidos, no século XIX, a respeito de uma pretensa compra de terra aos índios, naqueles idos. Verdadeira e insubstituível aula de ecologia, capaz de nos ensinar com muita poesia e romantismo, mas com muita sabedoria, a relação que deve existir sempre entre o homem e a natureza. E mais: que o homem não é dono da terra e sim, pertence a ela, como de resto os outros animais.

Pelo tamanho avantajado do texto não dá para transcrevê-lo aqui, mas estarei à disposição de qualquer leitor que deseje conhecer tão bela e importante peça de ecologia. É só me solicitar através do meu e-mail que enviarei com prazer. Ou mesmo consultar meu blog www.escritosdejoaquimsilviocaldas.blogspot.com onde a transcrevo.

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