ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
RN

jsc-2@uol.com.br


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Com Tiririca, pior não fica!

Eis a primeira declaração de Tiririca após a posse: “Acho que vou me dar bem!”

Mas isso não é novidade. Zé Dirceu também tá se dando bem; Genoino; Delúbio e muitos outros que todos sabemos quem são.

Tiririca pelo menos até agora vai se dar bem por um motivo simplório, a não ser que evolua para mais. Ou seja, se deu bem, porque jamais pensou que um analfabeto como ele pudesse representar num país grande como o nosso o deputado federal mais votado nas últimas eleições.

Nosso povo é por natureza pacífico e o analfabetismo estimula ainda mais um estado de passividade, ou quase inércia.

Nossa violência urbana é fruto de um aprendizado nefasto. Em parte, devemo-la aos enlatados norte-americanos, que outra coisa não nos ensina. Mas as raízes da nossa violência urbana são mais profundas e têm origem na nossa falta de vontade política (refiro-me mais aos políticos de carteirinha) para que a qualidade de vida do povo melhore.

De há muito vivemos num país do faz de conta, isto é, legislações surrealistas, avançadas (proclamadas mas não reais), para que se aplique num país atrasado.

Ao mesmo tempo em que nossas leis falam de uma obrigatoriedade para que os pais coloquem os filhos na escola, não temos escolas suficientes e nem a valorização dos professores que favorecem um ensino de qualidade socialmente referendada.Valorização embasada no tripé: condições de trabalho; salários dignos e em dia; e formação inicial e continuada que não apenas certifiquem, mas que também tenham repercussões nas salas de aula oferecendo condições dos alunos e alunas apropriarem-se dos saberes científicos e aprenderem a pensar e atuar na realidade.

A mesma contradição verifica-se em relação à legislação que pretende proteger o direito das crianças. Proíbem-se as crianças de desenvolver qualquer tipo de trabalho, mas não se dá solução para os meninos de rua e na rua. Tudo na base do clientelismo e romantismo tão próprio dos confortos dos gabinetes refrigerados e do cafezinho.

Nossas forças armadas não tomam conta das fronteiras, secas nem molhadas, dado a falta de condições materiais.

Acho mesmo que Tiririca tem razão. Pior não fica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário