Juan Rivera, médico, recém formado em Cuba, aproveitou a deixa e se mandou para o Brasil. Iria se inscrever no programa que o nosso governo oportunizou para médicos estrangeiros.
Após duas semanas de um curso intensivo de adaptação foi assumir o posto de saúde nos arredores do município de Quixadá, no interior cearense.
Logo no primeiro dia recebeu a primeira paciente, dona Quitéria.
- Buenos dias!
A velhinha tomou logo um susto de saída, pois não sabia que diacho era esse tal de buenos. Mas não se fez de rogada.
- O sinhô é qui é o doto bueno?
- Non, senhora, mi nombre és Juan Rivera. Pero diga lo que siente.
- Realmente, doto, não estou podendo sentar, não sei como o sinhô já adivinhou. Acontece que onte levei uma queda do jumento, quando fui apanhar água no açude, bati com o quengo numa pedra e danei a bunda no chão, machucando a bunda e o chibiu.O pior foi que segurei a queda com a munheca. Acho que desmenti, pois até no suvaco passei a sentir uma dorzinha.
Bem, não acompanhei o resto da história, pois o doutor Juan Rivera, suando frio, deixou o jaleco lá mesmo na cadeira e com o restinho das economias que trouxe da ilha se mandou de volta.
- O que foi que houve? – perguntou Fidel.
- Desisti comandante. Minha prineira paciente não era brasileña. Acho que era marciana. Aquilo é um país de doido.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
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