ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

O boêmio Dorian Caldas

O boêmio Dorian Caldas


O Caldas dele não é como o meu, que é de cobre. Ele é um Caldas de ouro. Não somos parentes próximos, mas acredito que descendemos daqueles vaqueiros que no século XVII vararam esses brasis afora tangendo gado e transportando mercadorias. Daí os Caldas de Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Em verdade, nossa origem, dizem os mais sábios, vem de Espanha, passando por Portugal.

Acho que é dessa diversidade que herdamos nosso espírito boêmio e de certo modo culto, formalismos à parte.

Dizem os mais antigos de Natal que Dorian Gray Caldas era um jovem de rara e masculina beleza, o que aliás é atestado pela fisionomia que ostenta ainda hoje, ajudada pela sua simpatia e inteligência raras.

A crônica destaca muito um Dorian escritor, poeta, escultor e pintor. Mas Dorian é muito mais que isso. Ele é basicamente um boêmio, no melhor e mais amplo sentido da palavra.

Cavalheiro, educado, diria mesmo que um diplomata inato, Dorian é dessas raras personalidades que a todos agrada sem qualquer ranço de bajulação ou subserviência.

Testemunha viva de um Natal do passado, retratou com maestria os casarões e os recantos históricos, daí sua aceitação como pintor, não bastasse ser irmão de outros talentos, como por exemplo, a grande Zaíra Caldas.

Tal qual nosso outro grande, o mestre Câmara Cascudo, preferiu Dorian dedicar sua vida e sua obra à terra em que nasceu, verdadeiro exemplo de amor telúrico e que mais uma vez demonstra ao longo de sua profícua existência que é possível sim, ser profeta em sua própria terra, e que santo de casa, quando é bom mesmo, faz milagre sim.

Parabéns, Dorian, são oitenta primaveras para honra e glória dos seus amigos e admiradores.

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