ESCRITOS DE JOAQUIM SÍLVIO CALDAS

Escritor, cronista e apaixonado por Natal
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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dilma, a luta continua

O Brasil está em festa. Assisti ao discurso da presidenta com muita atenção. A acreditar na sinceridade das suas palavras, estamos perto de atingir a perfeição democrática, principalmente em relação a dois pontos: a valorização do professor e a liberdade de imprensa. Claro que foi importante também a preconização da política da mão estendida. Deus queira que seja tudo verdade.

Dilma, sem dúvida é uma mulher forte, valorosa e de personalidade marcante e que tentará por certo dar continuidade aos rumos seguidos pelo governo Lula, mas sem pretender ser continuista. É nesse aspecto que talvez surjam alguns desentendimentos ao longo do seu governo.

Deus queira não esteja nos planos dos dois – Lula e Dilma, a idéia de uma manobra política, visando devolver a ele o governo logo nos próximos quatro anos. Acho que isso seria um crime de lesa majestade, até porque contradiria todo o cerne do discurso dela. Afinal, existe nessa nossa fase política dois momentos que devem ser valorizados. Primeiro, a capacidade que Lula teve de fazer a sua sucessora, que afinal era conhecida apenas por suas atividades guerrilheiras no passado. Segundo, a capacidade que Dilma demonstrou não somente para impor sua personalidade à escolha de Lula para sucedê-lo, impondo ao mesmo tempo às oposições sua personalidade e indiscutível competência.

Dilma não tem a afagabilidade de um Lula. Até o riso dela é às vezes constrangedor. Mas creio que faz parte de sua própria história de vida.

Mas insisto: se o discurso de Dilma for verdadeiro, não for mais uma historinha de faz de conta, então o Brasil está vivendo uma excelente continuidade. Continuidade sem continuísmo, por certo.

Como nem ela própria jamais esperou que sua estrela viesse a brilhar tanto, e se forem verdadeiras as intenções do seu discurso, o Brasil passará de fato a viver um dos melhores momentos de sua história.

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